Por Dudu Monteiro de Paula*
Não escuto estas palavras sobre a TV amazonas com ouvido de mercador. O som que escuto me dói profundamente. Assim como tenho orgulho de dizer que estudei no colégio estadual Dom Pedro 2 e sou formado em jornalismo da UFAM , também tenho orgulho de ter sido forjado profissionalmente na TV Amazonas, local que pude aplicar os meus aprendizados de casa e da escola e aprendi e aprendi muito com três cidadãos: Phelippe Daou, Milton Cordeiro e Joaquim Margarido.
Ver este império econômico ruir não deixo de analisar os caminhos da vida que já senti na minha própria pele. Entretanto ver o destroçar todo uma história moral isto sim doí.
Ao longo de minha vida profissional que dediquei a TV Amazonas tive grandes lições de que o que mais importa são as pessoas , a dignidade, o respeito não importando o cargo ou função exercida. Com a viagem a vida eterna de seus criadores o que passou a contar foram os números financeiros que moviam as máquinas da empresa e não o amor e carinho pelo trabalho a ser executado.
Ficar cercado por pessoas que não conhecem a nossa história e tradição (TV amazonas sem nenhum comprometimento com o nosso povo e no afã de se agarrar a vultosos salários foram apagando os princípios determinados pelos realizadores desta verdade construída sobre os pilares da honestidade, respeito e coragem.
O que mais os criadores da TV Amazonas preservavam era a nossa identidade cabocla. Muitos de muitos Estados de nosso belo Brasil para aqui vieram e deram a sua contribuição para o nosso enriquecimento técnico e nunca ousaram mudar a ideias de sermos “A CARA E A VOZ DA AMAZÔNIA ” – slogan que vale para todos os veículos que compunham a rede amazônica.
O fato de não estar mais na família TV amazonas, nunca diminuiu ou diminuirá o amor e gratidão a aqueles me transformaram no que conquistei . “VÃO SE OS ANÉIS MAS OS DEDOS FICAM” – neste caso ainda existem alguns anéis, mas os dedos praticamente desapareceram.
A TV amazonas está partindo e está levando com ela toda uma história de luta e amor pelo amazônida e eu me incluo com muito orgulho nesta história.
*O autor é jornalista
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