O governador José Melo passou a vida inteira no serviço público. Nunca atuou no setor privado. Certa vez conversava com ele, quando éramos colegas no secretariado do governo, e ele me disse que um executivo com a carga de trabalho igual à sua ganhava pelo menos dez vezes mais que ele. Isso acontece porque o funcionário de uma empresa vive no fio da navalha e precisa dar resultado sempre, sem registrar qualquer tipo de prejuízo. Já no setor público vale tudo. Pois agora essa vivência de Melo e o pragmatismo do mercado entraram em choque.
No final da semana passada, às vésperas do Natal, Melo mandou espalhar que retaliaria o Bradesco porque o banco se negava a liberar cartas de crédito a fornecedores do governo, que vinham levando calote.
Vamos aos fatos: no meio do ano, pressionado por inúmeros empresários, que estavam sem receber, o governador negociou com o Bradesco a liberação de crédito, mediante a comprovação de que a empresa tinha dinheiro represado no governo, para que os credores do Estado pudessem tocar seus negócios enquanto o dinheiro não aparecia.
Depois do julgamento no Tribunal Regional Eleitoral, em que ficou configurada a cassação do governador, o Bradesco segurou a liberação destas cartas de crédito, adotando uma postura pragmática do mercado. Evidentemente não haveria, a partir daquele momento, nenhuma garantia de que o banco receberia os pagamentos.
Melo, então, novamente pressionado pelos credores, muitos dos quais não recebem desde o final do ano passado, ameaçou tirar do Bradesco o contrato que dá ao banco o direito de movimentar as contas-salário do Estado e mandou espalhar que a instituição teria que fechar várias agências no Amazonas. Teve pau mandado exagerando, dizendo que o banco não funcionaria mais por aqui.
É uma postura (mais uma) pequena, arrogante e chantagista da maior autoridade do Estado em relação a um dos maiores geradores de emprego e impostos.
O problema do Amazonas não é o Bradesco. É seu governador, o pior da história.
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Este post tem um comentário
Pronto Policia Federal querem mais ? É só ouvir em Termo de Declaração ou Assentada o gerente geral do Banco Bradesco e solicitar ao Supremo Tribunal Federal a prisão deste famigerado governador pelo CRIME DE EXTORSÃO, ASSÉDIO MORAL, TRAFICO DE INFLUÊNCIA E ETC…. Cadeia nele.