Funcionários dos Correios consideram um escândalo a recondução de ex-diretor

Há uma revolta entre os funcionários de carreira dos Correios e Telégrafos no Amazonas por causa da recondução de Ageu Siqueira Cavalcante à diretoria da estatal, mesmo tendo sido punido algumas vezes pela prática de irregularidades e estar sofrendo condenações na Justiça do Trabalho por assédio moram e sexual. Eles citam dois extensos relatórios de irregularidades encaminhados à direção nacional em 2015. Naquela época ele foi acusado de nomear parentes para cargos de extrema responsabilidade técnica, cometer erros administrativos que prejudicavam o faturamento da empresa e a sociedade, além de uma série de despesas suspeitas na realização de obras, principalmente no interior do Estado.

Ageu chegou a ser acusado de manter, nos depósitos dos Correios, nada menos que  100 mil objetos de resto nas Unidades de Distribuição.Ou seja: este volume simplesmente deixava de ser entregue aos destinatários, por falta de planejamento e de execução competente.

Em 2015 os trabalhadores chegaram a aprovar uma greve em assembleia, alegando péssimas condições de trabalho. Na época o Sindicato da categoria chegou a denuncia uma mudança no modelo de separação dos logradouros, por triagem por CEP, que estava causando muito atraso nas correspondências.

Os carteiros pediram o afastamento de Ageu alegando que ele demonstrou não ter capacidade técnica e nem princípios éticos e morais para continuar na função,  já que tinha sido reiteradamente penalizado com advertência por nepotismo (emprego de parentes), duas suspensões por ofensas ao colega de trabalho e uso indevido da aeronave contratada para o transporte de peixe.

“É impressionante que, depois de ter cometido tantas irregularidades e sendo comprovadamente incompetente, este senhor, que é odiado pelos trabalhadores da estatal, tenha sido reconduzido por causa da articulação de membros da nossa bancada federal. Realmente não dá pra acreditar nos nossos políticos”, desabafa um dos organizadores dos relatórios, que pediu o anonimato por temer represálias.

Uma nova greve para exigir a saída de Ageu não está descartada.

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