O confronto registrado hoje pela manhã no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, é uma reprodução do que vem acontecendo no Amazonas. Em comum, a tentativa da facção criminosa Comando Vermelho de dominar o crime organizado lá, matando rivais do “Comando Classe A”, grupo local que reproduz os métodos e a organização da Família do Norte, originária do bairro da Compensa, em Manaus. O saldo da carnificina de hoje foi de 52 mortos.
As cenas são muito parecidas com o que ocorreu em janeiro de 2017 em Manaus. Cabeças decapitadas sendo chutadas pelos presos, corpos carbonizados e muita barbárie. Só que, diferentemente do que ocorreu aqui, lá a facção local é que foi massacrada. A matança daquele ano na capital amazonense foi promovida pela FDN e praticamente exterminou o Primeiro Comando da Capital, facção originária de São Paulo, no Estado. Só que depois um “racha” dentro do próprio grupo fez surgir uma dissidência que reforçou a posição do CV, hoje o principal rival.
Em Altamira, internos do bloco A, onde estavam custodiados presos do CV, invadiram o anexo onde estão internos do CCA. Posteriormente, a sala foi trancada e os presos atearam fogo no local. A fumaça invadiu o anexo e alguns detentos morreram por asfixia, de acordo com autoridades locais. A ação começou às 7h e terminou por volta das 12h.
A cúpula da Segurança Pública do Pará já está em Altamira, para acompanhar o caso. A unidade prisional tem capacidade para 200 detentos, mas era ocupado por 311 presos. Segundo o CNJ, as condições do presídio são “péssimas“. O ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro anunciou reunião de emergência para tratar do caso.
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