Caridade, amor e gratidão, a trilogia dos mais nobres sentimentos humanos

*Por Dauro Braga

A caridade é o ápice do amor e segundo os ensinamentos do Cristo só pode ser chamado de caridoso aquele que de forma altruísta ajuda alguém sem esperar recompensa. Aquele que a pratica visando aplausos da plateia jamais irá sentir o gosto adocicado do reconhecimento espontâneo que proporciona ao doador a sensação prazeirosa de servir sem nada pedir. Quem pratica o bem mas faz questão de alardear apequena o gesto diante de Deus e demonstra aos homens que este ato não é fruto de sua bondade, mas um investimento visando colher dividendos a posteriori ou alimentar sua fome de vaidade.

Quando a caridade praticada é motivada pelas forças poderosas do amor ao próximo, quem a pratica, procura se agasalhar em local discreto e cobrir-se com o manto do anonimato. Mateus, nos diz que “Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita.”

Aquele que se prontifica a pagar o enterro do amigo, porém divulga o fato aos quatro cantos e logo após o féretro, ainda no cemitério, acaricia com uma das mãos carinhosamente o rosto da viúva esperando conseguir os favores sexuais da bela e jovem mulher, enquanto com a outra, apresenta-lhe a conta acrescida de juros, não revela ser o amigo salvador, mas o conquistador barato, o agiota usurpador, o crápula que não perde a oportunidade de tirar algum proveito da fragilidade alheia. A gratidão e o elogio devem ser sempre consideradas como manifestações espontâneas vindas de pessoas que enxergam em você mais magnanimidade do que no gesto que você praticou.

Quando exercitares o sublime gesto da caridade movido pelo sentimento do amor, da solidariedade ou da piedade, não o faças na esperança de receberes como moeda de pagamento a gratidão pois podes vir a te decepcionar com o fantasma da ingratidão diante de teus olhos, porém, ficas certo de que teu gesto já foi reconhecido pelo Pai que já o lançou a crédito em tua conta no céu e que a sensação interior que irás sentir, recompensará toda a tua expectativa de reconhecimento, seja ele material ou de qualquer outra natureza.

O culto e a prática da caridade, do amor e da gratidão, sentimentos que tanto enobrecem a alma humana e dignificam ao praticante, não nos foram ensinados agora, eles fazem parte intrínseca da natureza humana, presente de Deus à todos nós de forma igualitária, que determinou a seu filho unigênito a missão de difundi-los entre os homens para mostrar-lhes que sem a prática sistemática desses sentimentos o homem seria mais irracional do que racional.

Portanto, amai-vos uns aos outros como assim o Pai nos ensinou, pois é o princípio de tudo, sem amor não há caridade nem gratidão, somente um deserto de sentimentos onde viceja, cresce e dá frutos em abundância a árvore do ódio que envenena e mata a cada dia mais seres humanos.

*O autor é empresário (daurofbraga@hotmail.com)

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