“Já existe legislação ambiental que normatiza e limita em 20% o desmatamento , o que falta é o governo ter competência para fazer fiscalização e não criar entraves para a reconstrução da BR-319, uma rodovia transitável nos anos de 1970”. A opinião é do deputado Vicente Lopes (PMDB), para quem o impasse sobre o andamento das obras de uma estrada fundamental para todo o país e não apenas para o Amazonas, é incompetência do governo. “Não é que seja difícil. Nós é que temos um governo fraco, incompetente: os próprios órgãos do governo ficam brigando entre si. Um diz ´faz´, outro diz ´não faz`. Resultado: quem paga o prejuízo somos todos nós”, afirma.
O argumento dos órgãos ambientais, de que a reconstrução da BR-319 provocaria desmatamento e outros danos, não se justifica, sustenta o deputado, porque a rodovia (que liga Manaus a Porto Velho) já estava pronta em 1970. Além disso, “não existe, em lugar nenhum do mundo, a possibilidade de se fazer qualquer tipo de construção sem causar algum dano ambiental”. Por isso, há de se ter competência e inteligência para, de outra maneira, compensar os danos ambientais provocados.
Insistindo que a reconstrução da BR-319 é fundamental tanto para a interligação do Amazonas com o restante do país, para o escoamento de produção agrícola e produtos da Zona Franca de Manaus, Vicente Lopes acredita que até as passagens áreas se tornem mais baratas, em face da concorrência com o transporte terrestre. “A passagem área aqui é das mais caras do mundo”, diz ele, revelando que outra estrada, em São Gabriel da Cachoeira (a 853 km de Manaus), também está abandonada.
“O Amazonas tem a BR-307, que liga São Gabriel da Cachoeira a Cucuí, na tríplice fronteira. É uma área de segurança nacional , transitável no passado e onde hoje não se anda mais nem a pé. Veja que é fronteira de três países: Brasil, Colômbia e Venezuela. São 200 quilômetros, dos quais apenas 45 estão transitáveis: de São Gabriel até a comunidade do Balaio. De lá em diante não se anda nem a pé, porque não tem ponte e o mato tomou conta”.
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