O termo TV pirata carrega consigo alguns significados.
No final da década de 1980 e até meados dos anos 1990, havia um programa de humor denominado TV Pirata que reproduzia, por meio de comédia escrachada e debochada, muito daquilo que a vida do dia a dia do brasileiro experimentava. Fazia um sucesso enorme.
Era um programa estilo sitcom ou “comédia de situação” em que muitos atores retratam, num mesmo programa, vários personagens da vida comum em meio a cenários variados especialmente relacionados ao cotidiano das cidades.
O nome TV Pirata dado ao programa, era uma alusão irônica e de sentido pejorativo, querendo ligar o uso pirata do sinal das TV fechadas que muitos brasileiros, especialmente na periferia das grandes cidades utilizam sem pagar por isso, assim como também existem as rádios piratas que burlam as normas da radiodifusão.
Faço essa introdução, para adentrar na situação mais ridícula, anti ética e abusiva, que o jornalismo televisivo brasileiro protagonizou semana passada quando a Rede Globo de Televisão por meio do seu telejornal mais assistido, passou a entrevistar os candidatos à presidência da república.
Os dois âncoras do telejornal num comportamento pra lá de tendencioso e parcial, transformaram uma sabatina num verdadeiro debate eleitoral quando entrevistaram o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Caras e bocas, gestos e movimentos debochados, interrupções constantes e ocupação de tempo mais que o candidato, transformaram o programa em uma verdadeira arapuca, numa demonstração clara de falta de ética profissional, de estrelismo exacerbado e de ativismo jornalístico.
Numa das intervenções, o âncora ocupou espaço onze vezes maior do que a resposta do entrevistado.
Uma das perguntas, gastou mais tempo do que a mensagem do candidato.
Mas os exageros, o esnobismo e a total falta de neutralidade não pararam por aí.
Quando os mesmos âncoras receberam o candidato da oposição que quer retornar à presidência, o comportamento dos apresentadores mudou totalmente.
Mais afáveis e dóceis, menos esnobes, muito mais respeitosos, assim se comportaram os apresentadores com o candidato que possuiu contra si o maior arsenal de denúncias, processos judiciais, inquéritos e investigações em andamento e condenações por corrupção, formação de quadrilha, desvio de dinheiro público, que o levaram ao encarceramento por quase dois anos.
Ali, diante desse comportamento lamentável, a rede de televisão por meio do seu telejornal mais assistido, assumiu um lado e escolheu seu candidato.
Ali, a rede globo de televisão fez o papel de verdadeira TV pirata que engana o povo, rouba a verdade e comete o crime contra a lei das concessões públicas e contra a lei eleitoral.
Entretanto, faço uma outra leitura dessa indigitada tentativa de maquiar e antecipar o resultado do processo eleitoral.
A rede globo de televisão deu o mais certeiro tiro no pé com essa tentativa torpe e desleal de tentar conduzir mais uma vez o processo eleitoral ao assumir um lado.
Com a enorme audiência que teve naquele dia, recuperando sua popularidade no horário, o JN se transformou no fator de maior apoio e aglutinação em torno do presidente Bolsonaro, tornando-o vítima de uma trama golpista que quer induzir o eleitor e conduzir o povo brasileiro para um resultado que este não quer e, que só se vislumbra, por meio de pesquisas eleitorais engendradas e maquiadas em favor de um ex presidiário.
A pirataria televisiva ficou estampada durante os quarenta minutos em que se entrevistou um e outro candidato.
Ali, a rede globo de televisão por meio dos seus jornazistas, protagonizou um debate com o presidente da república e promoveu uma troca de figurinhas com o ex presidiário, colocando o povo brasileiro diante de uma tv pirata gigante das pernas de barro, que sucumbirá um dia ante sua insignificância, arrogância e falta de escrúpulos.
Não podemos deixar de lembrar o inesquecível episódio ocorrido no ano de 1994 quando, seguidamente atacado pelo conglomerado globo e chamado de senil, o falecido ex governador do RJ, Leonel Brizola, recorreu à justiça e ganhou direito de resposta de três minutos que foi lido pelo âncora Cid Moreira em pleno JN.
Visivelmente constrangido, o apresentador teve que repetir para milhões de brasileiros frases do tipo: “Tudo na globo é tendencioso e manipulado…Não conheço na globo autoridade em matéria de liberdade de imprensa…”.
Ali o redator era Leonel Brizola.
Por longos três minutos o JN falou contra a própria rede globo e contra a família Marinho.
Quase trinta anos depois, a repetição, com outros contornos, desse comportamento manipulador e persecutório do grupo globo ao governo do presidente Bolsonaro tem uma clara motivação.
A reeleição de Bolsonaro, significará para esta emissora de TV, a continuidade do fechamento dos dutos de dinheiro público que sustentavam, como no passado com os governos de esquerda, um paquidérmico grupo de comunicação que não se mantém sem a irrigação de grana por parte governo federal.
Quem viver assistirá!
Té logo!
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