Quem tem medo de Bolsonaro?

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

Decorridos sete meses de gestão governamental, para mim até aqui, Bolsonaro cumpriu fiel e estritamente o script vencedor que ele traçou e seguiu durante o processo eleitoral apresentando-o para seus 57 milhões de eleitores e vem defendendo perante a sociedade pelo que aqui e acolá é fustigado ora pelos perdedores inconformados ora pelo inconformismo daqueles que, desacostumados com um modo despojado, direto e aberto de se comunicar e administrar, ainda estão presos a um passado em que os gestores públicos recorriam ao toma lá dá cá muito comum na velha e carcomida política que imperou no país por longo período e de triste memória.
Bolsonaro já entendeu que  tem que dividir com o Congresso Nacional a responsabilidade pela demanda das necessárias reformas cujo tempo e temáticas ainda são comandadas por um processo em que a boca torta do cachimbo dá o tom e define de quem é o protagonismo.

Os avanços do país estão e continuam nas mãos de um congresso ávido por impor uma agenda em que os interesses individuais e paroquiais se sobrepõem às necessidades do país e da nação o que, em certas circunstâncias, dificulta a governança e atrasa os avanços ante uma agenda de desenvolvimento e de crescimento que não pode mais esperar sob pena de travar o país em uma década já quase perdida; que o digam aqueles que geriram o país nos últimos vinte anos e tentaram e não conseguiram impor uma agenda positiva de reformas estruturantes para o país e daí deriva o nosso atraso em matéria de reformas política, tributária, da previdência e marcos regulatórios em vários campos da administração pública.

Um estado pequeno com um país grande, uma economia forte com um povo próspero, uma indústria pujante com pleno emprego e uma atividade de serviço produtiva e crescente, são os ingredientes necessários para que o país saia desse marasmo e siga rumo ao crescimento seguro e consistente num círculo virtuoso permanente.

Há um temor alimentado pela mídia e sustentado pelo posicionamento até certo ponto cruel de tantos quantos ainda não se libertaram da antiga forma de governar e preferem o retorno de gestões em que os cofres da nação eram usadas como moeda de troca para comprar votos e consciências em detrimento do povo e suas necessidades mais básicas como saúde, educação, segurança, infraestrutura e saneamento básico entre outras.

Nível de corrupção zero, escândalos pessoais e familiares os mais comuns, redução de gastos públicos a maior marca, imprensa totalmente livre, parlamentos soberanamente atuantes, estado menor e mais eficiente, são as maiores marcas de um governo que só mete medo naqueles que ainda estão acorrentados a um passado de corrupção e de escândalos os quais afundaram o país numa crise política e judicial sem precedentes e que precisa de um governante que, sabedor dos seus limites, sabe se cercar de destacadas autoridades técnicas e políticas as mais competentes para tirar o país do atoleiro em que ainda se encontra para levá-lo ao porto seguro do desenvolvimento e da paz social.
Há os que querem tudo pra ontem não importando em que situações o país foi deixado e entregue a um governo que mal começou. Não têm sequer a condescendência que tiveram com outros governantes e agem para atrapalhar e dificultar os avanços já visíveis de uma gestão que tem feito a sua parte em termos de contenção de gastos, redução do estado, aperto fiscal e exemplo de economia doméstica.

Bolsonaro ainda mete medo mas apenas naqueles que têm olhos estreitos, garganta afiada, braços para protestar e dedos ágeis para  difamar.

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*O autor é farmacêutico bioquímico e diretor-presidente da Fundação Hospital Alfredo da Matta