A Prefeitura de Tefé anunciou, na edição desta quarta-feira (26), do Diário Oficial dos Municípios que pretende gastar R$ 1.029.467 milhão com a compra de 70 skates profissionais, 140 pula-pula e 140 mesas de ping-pong. A ata de registro de preço mostra ainda que a Prefeitura tem interesse na compra de chuteiras, bolas e até halteres de academia.
A empresa que mais chama atenção é a E S COELHO. Inscrita sob o CNPJ 43.710.296/0001-47, a empresa, que fica localizada no Centro de Tefé, deve fornecer 140 unidades de pula-pula ao valor de R$ 2.736 cada, e 70 skates profissionais ao valor de R$ 1.910 cada unidade.
Em uma simples pesquisa na internet, em sites como Amazon e Mercado Livre, esses mesmos itens são encontrados por R$ 199, no caso do skate profissional e R$ 205, no caso do pula-pula, valores relativamente inferiores aos ofertados.
Ainda na publicação, é prevista a compra de 140 mesas de ping-pong ao valor de R$ 3.662 cada unidade, totalizando R$ 512.680. A empresa que ofereceu o item é a J N TORRES LTDA, inscrita no CNPJ: 17.356.530/0001-70 e de capital social de R$ 150 mil.
Empresa de frios fornece até kimonos
Na ata de registro de preço, uma das empresas citadas é a A F COMERCIO VAREJISTA DE LACTICINIOS E FRIOS LTDA. Embora no site da Receita Federal a empresa apareça como especializada em comércio atacadista de produtos alimentícios, a mesma será responsável por fornecer 420 kimonos de jiu-jitsu por R$ 312.480 mil, além de luvas de MMA, halteres de academia, chuteiras e outros itens.
Uma curiosidade é que a empresa, que possui o CNPJ é 50.522.403/0001-79, atua ainda como hotel, realiza serviços de engenharia e fornece medicamentos e materiais para uso cirúrgico e de laboratório, calçados, itens de papelaria e até transporte de passageiros.
Outro lado
Sob a justificativa de que o registro de preço é para “futura e eventual aquisição de materiais esportivos para as necessidades das secretarias municipais de Tefé”, a Prefeitura não especifica que secretarias e ações devem ser beneficiadas com a aquisição desses itens.
O documento foi assinado no último dia 21 deste mês pelo prefeito Nicsom Marreira Lima.
Especialista pede cautela
O sociólogo Luiz Marques explica que gastos com verba pública merecem certos cuidados. “Os gastos dos órgãos públicos devem ter seriedade na sua aplicação. Quando os gastos públicos ultrapassam um determinado limite, um alerta deve ser acionado para que a população não seja penalizada com o mal uso das verbas públicas. Prioritariamente o dinheiro público deve ser usado para atender os interesses sociais”, disse.
Ele ainda ponderou: “Compra excessivo de produtos que podem ser considerados supérfluos levanta a suspeita de uma prática criminosa contra a população”, finaliza.


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