Polícia Federal mostra sensibilidade social ao ajudar comunidade do rio Abacaxis a superar as sequelas deixadas pelo massacre de 2020

A Polícia Federal realizou, entre os dias 15 e 23/4, uma missão à região do Rio Abacaxis, em Nova Olinda do Norte, com objetivo de dar seguimento às apurações sobre os envolvidos no Massacre do Rio Abacaxis , como ficou conhecida a chacina promovida por policiais na região, e buscar reparações para vítimas e familiares. A instituição, normalmente relacionada à repressão ao crime, mostrou sensibilidade social ao ir além das investigações e promover esforços criar uma agenda de trabalho de mediação de conflitos e de fortalecimento de políticas públicas territoriais e sociais, voltadas às comunidades tradicionais da região.

A chacina do rio Abacaxis, também conhecida como massacre do rio Abacaxis, foi um massacre contra a população ribeirinha e indígena que mora nos arredores do rio Abacaxis, no município de Nova Olinda do Norte.

O estopim teria sido a pesca ilegal realizada em 24 de julho de 2020 no rio Abacaxis por Saulo Moysés Rezende Costa, o então secretário-executivo do Fundo de Promoção Social do estado do Amazonas, que, após se desentender com as lideranças locais, foi atingido por um tiro no ombro. Então, no dia 3 de agosto, a Polícia Militar realizou uma operação contra o narcotráfico na região, que deixou dois policiais mortos e dois feridos. Por isso, Louismar Bonates, o então secretário Estadual de Segurança Pública, autorizou o envio de 50 policiais para as comunidades, chefiados pelo coronel Ayrton Norte, o então Comandante Geral da Polícia Militar no estado.

Durante a operação, houve diversos assassinatos, denúncias de tortura e outras violações de direitos humanos. Por isso, no dia 7 de agosto de 2020, a Justiça Federal determinou a interferência e investigação da Polícia Federal na área, com suporte da Força Nacional de Segurança Pública. Contando com os policiais, sete pessoas morreram e outras cinco continuam desaparecidas. Também houve denúncias de outras 11 a 20 mortes, que foram negadas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. No total, 15 pessoas foram presas sob a acusação de narcotráfico.

Após três anos, as investigações foram marcadas por uma grande rotatividade de delegados e juízes, e 130 policiais foram investigados. Em 28 de abril de 2023, Louismar Bonates e Ayrton Norte foram indiciados pela PF por promover uma chacina.

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