Polarização 

A ascensão da direita ao poder no Brasil na última eleição presidencial logicamente que tem tudo a ver com os desencantos políticos do brasileiro.

Era brasileiro enojado com a roubalheira às escâncaras do patrimônio das estatais.
Era brasileiro desiludido com as esquerdas que após alcançar o poder repetiu o que havia feito mundo afora para se perpetuar no poder.
Era eleitor cansado de promessas vãs pela erradicação da pobreza, da conclusão de obras de infraestrutura necessárias, por reformas política, da previdência, econômica, administrativa e do judiciário que nunca avançaram e por aí vai.
Eram eleitores conservadores como eu preocupados, porquanto defensores da família e da tradição, do direito à propriedade e da defesa da vida desde sua concepção.
Foram mais de duas décadas de poder nas mãos das esquerdas em que avançaram nada além da célebre tirada: farinha pouca meu pirão primeiro, da divisão do butim orçamentário do governo federal e das estatais, depositadas nas mãos de meia dúzia de partidos políticos e destes, até bamburrar os cofres das mega empresas da construção civil, naval e de infraestrutura para ao final e ao cabo retornarem a grana para os partidos.
De repente, apareceu alguém que convenceu com um discurso diferente trazendo confiança de que o Brasil tinha jeito e algo precisava ser feito para tirá-lo do atoleiro moral, da pobreza e da penúria política em que estava mergulhado.
Não estamos vivendo nossos melhores dias políticos, institucionais, sanitários e econômicos.
Não por força ou total culpa de um governo que comete erros, patrocina discórdias, acoberta maus feitos ou escancara desajustes. Nada disso!
Temos que ter a justeza de reconhecer que mais da metade desse governo esteve sob a égide de uma pandemia que trouxe consigo toda má sorte de dificuldades com desarranjos na economia principalmente.
Sabendo disso, as esquerdas já se assanham para retomar o poder e com o mesmo nome de antes.
Um ex presidiário que foi salvo pelo gongo por uma manobra judicial heterodoxa quase poupando-o das culpas por todo o lastro de corrupção que este protagonizou.
Quero lembrar que o ex presidente não foi inocentado ainda. Quero reforçar que ele continua condenado e com a ficha suja ainda e, se o TSE agir no rigor da lei, Lula continua inelegível.
Mas, vamos por hipótese remota, que numa outra manobra protecionista, o TSE permita sua candidatura.
Estará então configurada uma disputa eleitoral mais polarizada dos últimos tempos para presidente.
De um lado um projeto de poder com todos os seus defeitos e culpas onde o passado de roubos, desvios e corrupção não se apagou da memória do eleitor.
Dívida pública nos céus, inflação alta, insatisfação popular, governo fraco e alta impopularidade.
Do outro lado a proposta de reeleição de Bolsonaro trazendo consigo a continuidade de um governo que destravou o país, que livrou as estatais da corrupção, que impôs um ritmo de crescimento mesmo em meio às restrições impostas pela pandemia, que está fazendo as reformas estruturantes, que respeita às famílias e a tradição e que coloca o país no mapa mundial da produção de alimentos, entre outras não poucas conquistas.
Nota-se uma esquerda desde os seus espectros ideológicos mais radicais até o centro, totalmente perdida e se esfacelando em meio ao divisionismo e a dificuldade de sempre de encontrar um nome que a una.
Penso que ainda seja cedo para prever o que acontecerá daqui a um ano. De como a economia irá se sustentar ou progredir, quais os sinais de arrefecimento da pandemia, em que momento nos encontraremos até lá com relação ao nível de emprego e da retomada do crescimento.
Porque se tudo isso se ajustar, mesmo com as diatribes de Bolsonaro aqui e acolá, não terá pra ninguém, apesar do Lula e seus obsessivos e ruidosos seguidores.
Té logo!