O Código de Defesa do Consumidor brasileiro define como crime a prática desleal e desonesta de propagandear determinado produto ou serviço cuja aquisição ou consumo, esteja vinculada a uma venda casada.
Por exemplo: é muito comum bancos considerarem a abertura de conta desde que o cliente adquira também qualquer tipo de seguro . Isso está proibido pois é considerada uma venda casada.
Há dezenas de outros exemplos que pululam por aí fazendo de vítimas o pobre do consumidor brasileiro.
Mas há, no mercado brasileiro, algo muito parecido com venda casada, especialmente explorada em períodos eleitorais, que são as tais pesquisas de intenção de voto.
São as ditas “pesquisas encomendadas” que de científicas ou de honestidade metodológica não tem nada.
Consiste em que um instituto de pesquisas se vincule a um certo meio de comunicação, a uma empresa do ramo financeiro ou até a alguém interessado em determinado resultado, num verdadeiro casamento de más intenções, a fim de divulgar maciçamente que um candidato ou partido político está na frente ou, um adversário deste, seja demonstrado como possível perdedor.
Essas pesquisas são contratadas de forma casada em que o contratante tem o maior interesse em que determinado candidato seja posto à frente e, o contratado, não tem nenhum compromisso com a ética e não tem pudor algum nas más práticas.
Tudo é previamente combinado e, se o resultado final for exatamente o contrário, a tal empresa de pesquisas terá um vasto e conhecido padrão de justificativas que vão desde “houve mudança de última hora na cabeça do eleitor”, “erro amostral”, “inconsistência de dados”, “desvio padrão”, etc e tal.
A safadeza desses ditos “institutos de pesquisa” eleitoral é tão surreal, que eles deflagram com antecedência o processo de enganação do eleitor, colocando algum candidato escolhido a dedo, dezenas de pontos à frente. Quando a eleição vai se aproximando e, percebendo que o golpe eleitoral vai fracassar, eles vão ajustando aos poucos os números até que no último levantamento efetuado às vésperas da eleição, os números se aproximem da realidade e do real resultado. Aí, cometem a pachorra de alardear que acertaram em cheio as “previsões”.
São um bando de canalhas!
Num país sério, alguns donos desses “institutos de pesquisa” estariam presos por cometimento de estelionato eleitoral e outros crimes.
Ante uma verdadeira anomia, nosso país tem se transformado em verdadeiro laboratório de conhecidos e desonestos institutos de pesquisa cujos resultados são verdadeira agressão à inteligência do eleitor.
Mas, o que é pior, agem há décadas sob as barbas da justiça comum e eleitoral, cujas autoridades, mancomunadas com políticos desonestos, corruptos e despudorados, deixam correr frouxo esse mar de lama e, sem nenhuma consequência moral, judicial ou política, continuam a perpetrar barbaridades na seara eleitoral do país.
Para driblar essa prática e se manterem ativos nesse mercado vergonhoso, alguns institutos de pesquisa, mudam de nome mas não de dono; alteram a razão social mas não o método da ladroagem; trocam cidade mas não de parceiros de delitos.
São um bando de criminosos!
Enfim, continuam a realizar essa sorrateira atividade de associação criminosa ou venda casada, em que os parceiros saem ganhando se a jogada imoral surtir algum efeito prático ao eleger esse ou aquele candidato das suas preferências.
No Brasil, lamentavelmente, as pesquisas eleitorais não são realizadas para medir intenções de votos ou para auscultar a vontade popular ou para aferir determinadas condutas sob o prisma de captar tendências nos extratos sociais do povo.
No nosso país, desafortunadamente, as pesquisas eleitorais são utilizadas para induzir o eleitor ou conduzir a um determinado resultado de modo a produzir o efeito que o contratante e contratado desejam, num casamento quase perfeito.
Mais que captar e tabular as intenções de voto, muitos desses famigerados institutos passaram, de um modo absolutamente persecutório é tendencioso, a ampliar enormemente o espectro das perguntas a serem feitas ao eleitor.
Indagam desde preferências sexuais, número de palavrões proferidos, quantos bens, se sabe dançar. Só faltou perguntarem do eleitor se o pum de determinado candidato tem cheiro. Credo!
Tudo isso para divulgar e expor ao máximo a vida desse candidato.
Essa venda casada de pesquisas eleitorais, é o modo mais ardiloso e vil de agir e que continua a ser perpetrada em meio a uma escandalosa troca de favores reveladora de uma prática abominável em que seus protagonistas não têm a menor vergonha de dizer que trata-se de uma “pesquisa encomendada”.
Oxalá o eleitor brasileiro dê novamente um basta nessas empresas de fachada e, numa demonstração de maturidade eleitoral, repitam nacionalmente o grande feito de 2018 e enterre mais alguns desses “institutos de pesquisa” mandando pra bem longe seus “sócios” contratantes e contratados, um bando de inescrupulosos e sacripantas.
Té logo!
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para enviar um link por e-mail para um amigo(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)