“Os anjos estavam de plantão”, diz mãe que teve filha salva com transplante de fígado

A resposta rápida da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) ajudou a salvar a vida de uma adolescente de 14 anos, que precisou fazer um transplante urgente de fígado no final de 2020. No domingo (11/04), Isis Mirella Neves e a mãe Rizonete Neves de Brito, 35, retornaram para casa, após quatro meses em São Paulo. “Os anjos estavam de plantão. Foi tudo graças a Deus. Ele estava no comando usando as pessoas certas no momento certo”, comemorou a genitora. 

No dia 2 de dezembro de 2020, Isis foi internada emergencialmente em Manaus, e três dias depois embarcou na UTI Aérea, para fazer o procedimento no Instituto da Criança da Universidade de São Paulo (USP).

Logo após a internação, a família recebeu a notícia de falha do fígado e a necessidade do transplante emergencial em São Paulo. A urgência era tão grande, que a adolescente foi colocada no primeiro lugar para recebimento do órgão na fila do transplante, que é nacional.

“No dia 3, o hepatologista viu os exames e por volta das 10h da manhã falaram que seria preciso fazer o transplante. O fígado dela estava entrando em falência. As enzimas do fígado alteraram muito rápido de um dia para o outro. Eu questionei: como assim não tem remédio? E eles disseram que ela precisava mesmo de um transplante. Aí começou a correria”, contou Rizonete.

Antes de ser transferida, Isis foi para a UTI, já muito debilitada e com quadro de pele amarelada. Ela ainda chegou a ser intubada antes da transferência, devido a uma nova piora.

A mãe da paciente ressalta que a UTI aérea disponibilizada em tempo oportuno ajudou a salvar a vida da filha. O serviço particular custaria R$ 150 mil e a família não tinha esse recurso, nem tempo para pedir doação. O pedido foi feito no dia 5 de dezembro e autorizado no mesmo dia. Com o quadro piorado, só foi possível embarcar no dia 6.

“Não tínhamos como conseguir esse valor de um dia para outro. Graças a Deus houve um milagre que permitiu a viagem dela. No voo foi tudo bem, supertranquilo, com ela sendo assistida por um médico e enfermeiro”, comentou a mãe da paciente.

O médico-cirurgião Marcos Lins, coordenador da Central de Transplantes do Amazonas da SES-AM, explicou que a assistência rápida concedida à adolescente Isis Mirella ocorreu por conta do risco de morte.

“A paciente morreria em questão de horas ou poucos dias. Então, o estado deveria arcar com a UTI aérea, visto que não disponibilizamos transplante hepático ainda”, disse o médico.

Milagre

Dois dias depois da chegada em São Paulo, um órgão foi localizado em uma cidade do interior paulista. Rizonete disse que tudo foi muito rápido, pois não existia previsão de quando o órgão poderia estar disponível.

“A gente não sabia quanto tempo levaria, podia ser no dia seguinte ou uma semana depois. Na madrugada do dia 7 para o dia 8 apareceu um órgão. Eu fui acordada às 2h da manhã pela médica, informando que tinha surgido um órgão no interior de São Paulo. Às 5h da manhã recebi a informação de que o órgão era para ela. Todo mundo falava que isso era muito difícil. Foi tudo muito rápido. Foi um milagre. Às 10h do mesmo dia ela entrou para o centro-cirúrgico”, informou.

A cirurgia foi concluída na noite do mesmo dia. Isis teve uma boa recuperação inicial. Por conta da falha no fígado, a adolescente ainda teve problema de falha dos rins, precisando passar por hemodiálise que só foi interrompida no dia 25 de dezembro. A saída da UTI aconteceu no dia 31 de dezembro.

A adolescente ainda ficou mais três meses em São Paulo por conta de duas rejeições moderadas do corpo ao novo órgão. A alta completa só saiu no dia 9 de abril, com liberação de retorno a Manaus. Elas retornaram no último domingo, após quatro meses, com as passagens sendo custeadas pelo Governo do Amazonas.

Recepção

No retorno, Isis foi recebida pela família no Aeroporto de Manaus, com todos tendo de respeitar o distanciamento social, pois a adolescente passou a integrar o grupo de risco devido ao procedimento cirúrgico. Ela ainda foi recebida com cartazes e aplausos de vizinhos no retorno para casa.

“Ficamos muito felizes. Uma parte da família foi para o aeroporto. Receberam ela com muito carinho. Todos conscientes por conta da pandemia. Não podendo ter contato. Até porque, depois da cirurgia, ela passou a ser do grupo de risco. Ela ficou muito feliz, apesar de não poder abraçar. Alguns vizinhos vieram com cartazes para ela, quando chegou em casa. Foi superemocionante”, disse a mãe.

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