De férias na bela cidade de Fortaleza, parei um dia para assistir ao polêmico filme do momento intitulado “Não olhe para cima”.
Produzido por uma conhecida plataforma de streaming e estrelado por uma horda de bons e caros atores e atrizes, a satírica película carrega consigo um atualíssimo e inquietante enredo.
Não é difícil perceber que o autor da obra, de forma nada discreta, atrela seus personagens à vida atual e, de um modo as vezes caricato, faz a arte imitar a vida.
A impagável presidente americana Janie Orlean interpretada pela excelente Meryl Streep nada mais é do que uma caricatura feminina do ex presidente Trump com suas fanfarronices políticas, casos extraconjungais, nepotismo, negacionismos científicos e por aí vai.
Leonardo di Capprio cujo personagem Dr Ranndal Mindy é um respeitado cientista astrônomo, lembra, nas suas buscas incessantes pela glória midiática, o eterno conselheiro em saúde de todos os presidentes americanos desde Ronald Reagan, o médico Anthony Fauci.
Há ainda a personagem doutoranda em astronomia Kate Dibiasky vivida pela atriz Jennifer Lawrence, insegura, dramática e escandalosa, muito apropriada para alguns tipos de alunas estressadas que não sabem lidar com as próprias limitações e emoções.
Na pele de um bilionário empreendedor em tecnologia o ator Mark Rylance vive o excêntrico investidor Peter Isherwell que é a soma nada sutil dos maga empresários Esteve Jobs, Jef Bezos e Elon Musk.
O enredo, trata da descoberta de um meteoro prestes a se chocar com a terra o qual causará mais uma vez o fim de todos os seres vivos.
Sua descobridora, a doutoranda Dibiasky, comunica o fato ao seu preceptor Dr Mindy que fazem verdadeiro périplo a fim de alertarem a comunidade científica e política do iminente perigo que ronda a humanidade.
Além de esbarrarem na zombaria e na falta de crença da presidente dos Estados Unidos e do seu filhote espécie de porta voz da Casa Branca, os cientistas caem em desgraça quando são incentivados a buscar, na imprensa do país, o apoio e a divulgação em forma de alerta para a população do planeta.
E é sobre de como a mídia e o jornalismo imediatistas ávidos por notícias bombásticas encaram a notícia pano de fundo para o filme, que quero me deter nesse artigo.
Inteligentemente o autor e diretor constroem uma bela crítica à imprensa convencional onde dois apresentadores de TV sendo um deles negro e a outra uma interesseira e atirada loira aguada, os quais passam o filme inteiro desfazendo da ciência, caçoando dos cientistas e entregando-se por inteiro a uma linha editorial da empresa onde trabalham em que o que menos interessa é a boa notícia ou a imprensa livre, independente e seria.
Parece que o autor do filme “Não olhe para cima” captou a mensagem planeta afora de que existe e insiste em se manter uma imprensa vendida, desacreditada, mentirosa e cômica como a que atualmente ocupa bons espaços na mídia internacional.
Talvez, para muitos, tenha passado desapercebido que o autor do filme quis dar uma conotação cômica à parte que retrata a mídia televisiva extensiva à imprensa como um todo, porém, para mim, ficou claro que o escracho que os apresentadores de TV protagonizaram, serve muito bem e se encaixa perfeitamente na maioria da nossa mídia onde a notícia é sempre uma tragicomédia posto que a verdade editorial não passa de piada sem graça alguma para boa parte parte da imprensa.
Se queremos saber a verdade temos que olhar por cima desse tipo de mídia.
Té logo!
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