O que se espera de um novo Amazonas?

Por Rafael Costa e Silva*

1 – Um ambiente mais transparente com as contas públicas, sem facilitação e dispensas de licitações visando favorecer grupos políticos. Verificar se estão sendo entregues merendas nas escolas, medicamentos e materiais nos hospitais e outros serviços públicos. Analisar se foram prestados no valor de mercado sem “superfaturamento”. Sim, isso pode ser fiscalizado por um deputado!

2 – Preservar nossas fronteiras, com a busca de recursos federais e estaduais para implementação de Bases Fluviais de Fiscalização no perímetro que circunda a capital Manaus (Rio Negro: Novo Airão, Rio Solimões: Manacapuru e Rio Amazonas: Itacoatirara). Sabemos que esses locais são porta de entrada para drogas em nosso Estado. Essas portas estão abertas há anos, provocando grande parte dos homicídios que ocorrem no Amazonas. Além disso ainda temos a pirataria (roubos nos rios). Um deputado pode se movimentar para buscar esses recuros para implementação desse projeto.

3 – Diante da crescente marginalização nos grandes centros, faz-se necessária a implantação de centros de monitoramento e colocação de câmeras de segurança nos municípios com maior índice de crimes, como Coari, Itacoatiara, Tabatinga, Manacapuru e outros. O uso das câmeras ajudam muito na elucidação de crimes, e também servem como uma forma de combate preventivo à criminalidade. Um deputado pode buscar recursos para implementação desse projeto ou até destinar emendas impositivas para isso.

4 – Os problemas que a capital e o interior enfrentam podem ser compartilhados através de um gabinete de gestão integrada, com participação de órgãos e entidades municipais, estaduais e federais. Sem que seja necessário gastar muito, pode ser realizada a organização, sistematização e desburocratização dos serviços públicos, facilitando a resolução dos problemas para o povo menos favorecido, bem como o acesso a documentos básicos, como carteira de trabalho, rg e cpf. Um deputado pode articular esse tipo de serviço com os prefeitos, visando maior integração e qualidade na resolução dos problemas locais.

5 – Uma polícia moderna é aquela que tem aproximação com o povo. Precisamos trabalhar cada vez mais a relação de confiança entre a comunidade e a polícia. A melhor forma de fazer isso é reunindo com os comunitários dos bairros em reuniões periódicas. Os policiais também podem participar de projetos sociais como música, arte e esportes com os menores de idade. Ter uma polícia humana com as pessoas de bem não vai retirar o lado repulsivo e combativo da polícia para com os marginais de alta periculosidade. Na polícia tem espaço para todos, desde o tocador de flauta até aquele que quebra porta e atira se for necessário para defender sua vida. Para aumentar essa aproximação o cidadão tem que ter o contato e o telefone direto sa viatura que faz ronda em seu bairro. O deputado pode articular com governo esse tipo de políticas públicas de segurança.

6 – A grande quantidade de crimes que acontecem no Amazonas e no Brasil colocaram a segurança pública no patamar de assunto mais sensível da atualidade. Não é a toa que foi criado um Ministério Extraordinário de Segurança Pública. Nesse contexto, a valorização dos policiais tem que estar num plano de prioridades, assim como dos demais servidores que compõem o tripé de um bom país: saúde, educação e segurança. Conceder os pleitos dessas classes é o mínimo que se espera de um bom gestor público. Não é agrado, é obrigação! Além de defender o povo, um deputado pode defender essas classes de servidores públicos.

7 – Não se vê nos dias atuais disciplinas como Educação, Moral e Cívica – EMC, que infelizmente foram abolidas, afastando de nossos jovens o patriotismo, os ensinamentos sobre o respeito entre as pessoas, a valorização de nosso hino, bandeira, da nossa ética e moral. Precisamos resgatar esses valores dentro de sala de aula. Um deputado pode trabalhar um projeto nesse sentido.

8 – No interior de nosso Estado temos que ter sensibilidade para aqueles que vivem da agricultura e da pesca, concedendo condições para a produção de alimentos e venda de seus produtos. Eles precisam fazer parte do mercado econômico local. Temos que convencê-los da importância do desenvolvimento sustentável e das potencialidades naturais que cada município tem. Não podemos permtir que “estrangeiros” levem seus recursos naturais sem deixar fonte de renda para o comunitário. Um deputado pode articular com as prefeituras ações voltadas para preservação desse cenário.

9 – Por onde andamos vemos pessoas desempregadas entregando currículos. Quem não é servidor público necessita constantemente de cursos de capacitação e profissionalização, para que possam atuar na fábricas, indústrias e comércio. Um deputado pode articular com o governo e com as prefeituras campanhas voltadas à esse tipo de treinamento.

Essas são algumas ações que se esperam de um novo Amazonas.

*O autor é delegado de Polícia Civil do Amazonas e presidente do Sindicato dos Delegados da PC/AM