O que penso sobre…guerra na Ucrânia

Não vejo sinceramente espaço nem justificativas para uma guerra de dimensões planetárias a partir dessa conflagração Rússia X Ucrânia, repleta de insanidades e desproporcionalidades.

Os conflitos nessa região de há muito existem e, não será agora que Rússia e o ocidente, representados pelos Estados Unidos e por parte da Europa, vão às vias de fato amplificando essa essa guerra e colocando em risco a paz mundial.
A Ucrânia está pagando um altíssimo preço por ter tergiversado sobre sua adesão à OTAN(alinhamento bélico e geopolítico de 30 países da Europa e os EUA )quando, muitos outros países da mesma região que se separaram da antiga União Soviética, o fizeram tão logo romperam laços com o bloco comunista no início da década dos anos e 1990.
A tão propalada autodeterminação dos povos parece ainda não ter sensibilizado e nem vai sensibilizar certos governantes com viés autoritário e centralista como Putin.
O que está em jogo, é algo que vai além de questões meramente territoriais, riquezas do solo, ideias expansionistas ou  poderio político.
O que a Rússia de Putin pensa a cada dia desde 1994, quando do início da derrocada do comunismo e da União Soviética, é manter-se geográfica e belicamente protegendo seu território e sua gente, não permitindo que uma parte da fronteira gigantesca que a Ucrânia mantém com a Europa Ocidental, possa cair nas mãos da OTAN expondo e fragilizando sua segurança territorial e uma possível perda de controle da sua população, se esta, aderir às ideias e ideais ocidentais de liberdade sem as amarras do comunismo mas com a atração fatal pelo capitalismo mais puro.
Não que a Ucrânia esteja isolada, abandonada e à mercê de uma nova anexação russa, o que desafortunadamente pode acontecer.
É que nenhum país quer pagar um altíssimo preço mergulhando de cabeça em um conflito em que as chances de se ferrar com uma decisão impensada, poderá trazer gravíssimos desdobramentos não apenas do ponto de vista de custos humanos e financeiros(pensando no lado dos gastos com armamentos), mas sobretudo, apostando em algo que não trará, por ora, nenhum benefício e nem causará prejuízos comerciais, estes que comandam o mundo e a cabeça das lideranças mundiais. Desta feita, não é o petróleo que está em jogo.
Há que se levar em consideração, que a população e certos territórios ucranianos, nunca aderiram por completo à ideia da separação da antiga URSS.
São povos que falam a língua russa, têm tradições culturais, religiosas e sociais ainda fincadas no antigo bloco soviético e, sobretudo, vivem produzindo manifestações e guerras civis separatistas em solo ucraniano o que levou inclusive a Rússia a invadir o território ucraniano e anexar a região da Crimeia há sete anos atrás.
Também não dá para enfiar a cabeça na terra feito avestruz ou vendo a banda passar, já que estamos em pleno carnaval.
A mim, ainda que como observador leigo mas atento ao cenário geopolítico mundial, particularmente, me incomodam alguns aspetos: o silêncio quase obsequioso dos movimentos e lideranças locais e globais dos direitos humanos; a posição equidistante da Alemanha, outrora uma potência a se imiscuir de cara nessas contendas; e a quase morta diplomacia comandada pelos países líderes da Europa.
O mundo, e especialmente suas lideranças políticas e os países que tradicionalmente detêm o domínio sobre os conflitos geopolíticos e bélicos, precisam confabular, deixando as diferenças de lado, chamar a Rússia na mesa redonda da onde se reúne o Conselho de Segurança da ONU e lá sim, por em prática o diálogo pela paz e pelo respeito à autodeterminação dos povos, esse conceito tão difícil de se respeitar principalmente quando os interesses mais comezinhos de algumas potências estão em jogo.
Esqueceram da guerra do Iraque? Lembram-se dos conflitos sangrentos no Afeganistão e na Síria? Será que já enterramos de vez a guerra do Vietnã?
São situações ocorridas em tempos e espaços distintos porém, que guardam indeléveis relações com essa guerra no leste europeu porquanto, o mundo todo saiu chamuscado em maiores ou menores proporções e milhões de vidas foram ceifadas por causa da ganância e da visão retrógrada e equivocada de expansionismo sem causa.
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