O padre, a freira e o BBB

Bizonho, Bestial e Babaca. Talvez essas palavras se encaixem bem melhor no que significam as letras BBB.

A emissora que produz esse conteúdo ridículo lava a burra com os patrocínios e com as plataformas de redes sociais que vendem espaços e que enchem seus cofres de grana.

Uns poucos participantes usados e manipulados, ganham um punhado de dinheiro e a população fica cento e um por cento mais idiotizada com tanta asneira televisiva durante três meses.

Sei que minha sobrinhada e até alguns irmãos e amigos, vão ficar contrariados com esse artigo mas, jamais poderia deixar de dar minha opinião sobre esse FEstival de BEsteira que assola o PAís (o tal FEBEAPÁ do Stanislaw Ponte Preta) pseudônimo do saudoso escritor Sérgio Porto.

O BBB é uma máquina poderosíssima de idiotização do povo e tudo começa já na seleção dos participantes.

A emissora sabe perfeitamente bem que precisa fazer uma seleção dos jogadores e, para tanto, utiliza critérios nunca revelados porém, sabemos que o que prevalece é o peso mercadológico onde tudo e todos são vendidos como meros produtos.

Pesam, primordialmente, questões que remetem ao identitarismo, à ideologia, aos dotes físicos, os milhões de seguidores que os concorrentes têm, questões regionais e outros critérios que devam causar impactos na audiência, essa que precisa ser formada por uma gente sem a menor noção do que seja uma programação de qualidade.

Ali, por meses a fio, o que mais interessa é vender produtos e marcas; vendem-se automóveis, produtos de beleza, nomes de instituições financeiras, medicamentos, etc.

Da mesma forma e com a mesma volúpia, expõe-se e vendem-se pessoas pois o mercado assim o exige.

E para que o game dê lucro, tanto será melhor a presença de negros, da empregada doméstica falastrona, do gay descolado, do profissional liberal que deu errado, do artista falido, da influenciadora tresloucada, do cozinheiro versátil, da professorinha chorosa e até da cunhã burrinha de olhinhos puxados. Valha-nos quem?

Até as votações são manipuladas, a fim de que ganhem sobrevida no jogo, os personagens mais polêmicos, estes que fazem a festa dos telespectadores bestinhas.

Outro dia, durante a pregação, um descuidado e distraído padre soltou uma pérola que o denunciou como fã incondicional do tal BBB. Misericórdia!

E, por falar em padre, podem escrever que logo logo, a emissora que produz essa gororoba televisiva, vai anunciar como participantes para a próxima temporada, um padre e uma freira. Só Jesus na causa!

Candidatos não faltam: tem o padre da calcinha apertada, o de chapéu de cowboy, aquele cheio de botox e até o de estola com as cores do arco-íris.

Mas pode ainda ser a freirinha que dança axé, aquela que vende produtos fitoterápicos na TV e até aquela que vive pedindo ajuda para os velinhos do asilo.

É tudo isso virá para deleite de católicos de IBGE, aqueles que à tarde vão à igreja falar com Deus e à noite sentam no colo do encardido diante da TV se refestelando com a performance dos saradões na piscina, com o vai e vem dos corpos por debaixo do edredon ou com as escapadelas de nudes no banheirão.

Além do que, a libido e a testosterona vivem sendo testadas em meio a explosões hormonais dos participantes, ante cenas e diálogos pra lá de picantes(sem trocadilhos), próprias de filmes da velha pornôchanchada que fazia sucesso no passado. 

Sim, tem muitos católicos safadinhos por aí achando tudo isso muito normal e, depois das missas, ainda ficam comentando entre si, as cenas quentes, os barracos combinados e os tais paredões pra lá de acirrados. Oremos!

A massificação e a descerebração é tão desconcertante, que tem gente que sabe de cor e salteado os nomes dos ganhadores de todos os BBB, porém, são incapazes de lembrar em quem votou nas últimas eleições ou cantar o hino nacional do começo ao fim sem errar.

A distância entre o inferno e o céu pode ter o mesmo tamanho de algumas polegadas de uma TV.

Se for smart melhor ainda, porque já conecta algumas criaturas direto com o dono da fornalha ardente numa ida sem volta.

Té logo!