O fator Covaxin 

A palavra corrupção ainda está impregnada e carregada de ojeriza na mente dos brasileiros por tudo o que ela carreia consigo de más lembranças e tragédias sociais e administrativas.

A corrupção, nos últimos anos, foi causa de denúncias, investigações, julgamentos e condenações de muita gente grande do meio político e empresarial no nosso país e até derrubou presidentes.
Logicamente que um governo que nasceu sob a égide do combate à corrupção, jamais poderia ceder às tentações e facilidades por quaisquer modos que fossem, e se deixar contaminar por essa prática asquerosa e ignominiosa.
Contra o governo Bolsonaro  pesam as mais diferentes críticas por vacilos econômicos, posições radicais, pronunciamentos inapropriados, tratamento inadequado na pandemia e outras dificuldades de lidar com a grande imprensa por exemplo.
A prática da corrupção, ao menos promovida diretamente por membro da equipe de governo, alimentada ou incentivada pelo presidente ou ainda capitaneada pelo titular do Palácio da Planalto, estava longe de se concretizar.
Entretanto, era objeto de desejo e de sonhos de todos os adversários do Presidente querer flagrá-lo com a boca na butija para, aí sim, ter algo de concreto a fim de enredar o governo federal em um crime cuja natureza ainda causa asco no eleitor.
Afinal, convenhamos, Bolsonaro foi eleito sob a tese do combate à corrupção em todos os seus parâmetros e consequências.
Não me convence e nem vai me convencer nunca essa tal aliança pela governabilidade ou governo de coalizão, quando, presidentes da república à guisa de salvar governos ou gerir o país sem sobressaltos junto ao parlamento, cedem às práticas nada republicanas de partidos mal acostumados e afeitos a tomar de assalto as entranhas administrativas e econômicas do governo com toda liberdade para desviar, corromper e serem corrompidos.
Veio a tal CPI pra investigar um governo federal que sustentou com grana pública na pandemia todos os estados porém, os estados não podem ser investigados, adotando-se dois pesos e duas medidas sobre o mesmo tema.
Essa tal CPI, objeto de domínio das oposições, já estava nos seus estertores quando, do nada, aparece um deputado federal cujo irmão exerce cargo comissionado no Ministério da Saúde.
O tal deputado, tendo sido preterido e demorado em ser ouvido pelo presidente, lança algo que parecia ressoar como um petardo contra o governo.
Chamado à CPI, nada prova, se enrola em dados e datas e deixa a desejar sobre o grande trunfo do jogo de cartas marcadas que colocaria o governo federal em maus lençóis.
Todavia, os males da dúvida e da corrosão política que uma denúncia da magnitude causada pelo sobrepreço na aquisição de vacinas trás nesse momento de ferrenho combate à pandemia, caíram como uma bomba e encheram de esperanças a maioria daqueles e daquelas pegos até recentemente em grossa corrupção nas estatais e no seio dos últimos doze anos de governo das esquerdas. São as raposas tomando conta do galinheiro!
Como não sou de julgar e tampouco condenar por antecipação, uno-me a tantos quantos colocam o governo Bolsonaro sob a sombra da dúvida, aguardando pacientemente que as denúncias do deputado ou a possível prevaricação do presidente, sejam investigadas a fundo e os culpados sejam condenados política e judicialmente.
O que não pode e é intolerável, é que a maioria dos componentes de oposição ao governo na CPI da CoVid, que até recentemente estiveram e alguns continuam sob investigação e julgamento encalacrados em desmandos e operações relacionadas com corrupção nos seus estados de origem, incluindo o próprio presidente da CPI envolvido em desvios na saúde no Amazonas, permaneçam dando as cartas como se Santos fossem.
O governo federal tem a obrigação de se pronunciar oficialmente, adotar as medidas investigatórias necessárias e provar por A+B que tudo não passou de desvio ético de agentes que agiram isoladamente e que nenhum prejuízo foi causado aos cofres públicos.
Mais ainda, Bolsonaro tem que sair do córner e da corda e se explicar à nação o porque não tomou providências adequadas quando soube da possível operação de sobrepreço ou coisa que o valha, na aquisição das vacinas indianas.
Bolsonaro tem que cortar o mal pela raiz e demitir seu líder na câmara se este deputado realmente pisou na bola e tentou lucrar com a operação de compra de vacinas.
Mais que explicar, Bolsonaro tem que convencer seus milhões de eleitores como eu, de que o combate à corrupção é e continua sendo política central de seu governo senão perderá credibilidade e confiança e entregará de bandeja seu governo àqueles que, no passado recente, infelicitaram o país.
Té logo!