O Dia Nacional de Mobilização pela Promoção da Saúde e Qualidade de Vida

Por Robson Roberto*

Nesta sexta-feira, 6 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Saúde. Para chamar a atenção sobre a data e a importância dos cuidados, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está reforçando as mensagens do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o assunto. Dois temas são destaque este ano: o combate ao Aedes aegypti e a diabetes. A ANS também está intensificando, junto às operadoras, orientações sobre a importância da realização de programas para promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças voltados aos beneficiários de planos de saúde.

A situação de emergência em saúde pública pela qual o Brasil vem passando em função dos casos de dengue, zika e febre chikungynya – doenças transmitidas pelo Aedes aegypti – motivou o Ministério da Saúde a desenvolver a nova campanha de enfrentamento ao mosquito e suas consequências no meio ambiente. A ideia é manter os ambientes livres do vetor e multiplicar as ações de inspeção em todos os locais (em casa, nas ruas, escolas, trabalho, igrejas e outras instituições). A ação é direcionada a gestores, profissionais de saúde e instituições sociais e setores privados para que ajudem a promover hábitos e práticas saudáveis.

Nos últimos anos, novas doenças estão surgindo e doenças consideradas erradicadas no passado estão voltando a aparecer em forma de surtos e epidemias. A Febre amarela, a tuberculose, a gripe suína, a dengue, a esquistossomose e a leishmaniose são alguns exemplos de doenças que estão sendo notificadas em números expressivos no Brasil nos últimos anos. Além dessas,  surtos de cólera, malária, sarampo, meningite, entre outras doenças que podem se espalhar rapidamente representam uma ameaça à saúde pública mundial.

A malária, por exemplo, reapareceu em regiões nas quais acreditava-se que havia sido eliminada e está se espalhando para áreas não afetadas anteriormente. O cólera, depois de quase um século, está reaparecendo na América Latina. Outra doença preocupante é a febre amarela, que de tempos em tempos reemerge no Brasil e provoca surtos, como o que ocorreu entre 2007 e 2009, quando se expandiu para as regiões Sudeste e Sul do país, causando mais de 100 casos da doença com alta letalidade.

Essas doenças, chamadas de emergentes e reemergentes, vêm sendo frequentemente notificadas no Brasil e em diferentes países, causando grandes perdas econômicas e constituindo fator de grande relevância para as ações de vigilância epidemiológica. Doenças emergentes são doenças que vêm surgindo nos últimos anos ou que já existiam e que vem aumentando sua incidência ultimamente. A AIDS é um exemplo de uma doença emergente. As doenças reemergentes são aquelas que reaparecem após um período de declínio significativo ou apresentam risco de aumento no futuro próximo. A gripe suína e o dengue são exemplos de doenças reemergentes.

Muitas doenças emergentes e reemergentes são zoonoses, ou seja, doenças ou infecções que se transmitem naturalmente entre os animais vertebrados e o homem, ou vice-versa. As zoonoses são conhecidas por causar os maiores problemas de Saúde Pública no Brasil atualmente.

Para esclarecer alguns termos utilizados muitas vezes de forma errada, segue abaixo algumas definições importantes:

Surto: é definido como o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. É uma ocorrência restrita a um espaço extremamente delimitado, como por exemplo num colégio, edifício, bairro. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades de vigilância epidemiológica.

Epidemia: se caracteriza quando um surto de determinada ocorre em diversas regiões. Uma epidemia a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença, a epidemia a nível estadual acontece quando diversas cidades apresentam casos e a epidemia nacional acontece quando há casos em diversas regiões e estados do país.

A ANS mesmo com sérios cortes no orçamento, a crise de desemprego recorde no Brasil o que fez a saída de milhões de brasileiros dos planos particulares de saúde veio estrangular o SUS em padrões nunca vistos.está engajada nas ações desenvolvidas pelo governo federal, mobilizando as operadoras e os prestadores de serviços de saúde para que participem e desenvolvam medidas próprias, participando de ações de combate e prevenção ao mosquito e ajudando a disseminar as informações à sociedade. A Agência também desenvolveu uma página específica em seu portal na internet com informações gerais sobre prevenção e combate ao mosquito, orientações específicas para as grávidas e para profissionais e gestores de saúde e um espaço destinado a ações pertinentes à saúde suplementar. Clique aqui para acessar.

OMS alerta para diabetes – Este ano, a mensagem da OMS para o Dia Mundial da Saúde tem como foco a diabetes. Para marcar a data, a entidade está lançando o primeiro relatório mundial sobre a doença, que descreve o peso e as consequências da diabetes e defende a existência de sistemas de saúde mais sólidos, que assegurem uma melhor vigilância, prevenção e uma gestão mais efetiva da doença.

A diabetes é uma doença crônica não transmissível (DCNT) caracterizada por altas taxas de glicose no sangue. É considerada um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade, podendo causar cegueira, insuficiência renal, amputação de membros inferiores e outras consequências em longo prazo que impactam significativamente na qualidade de vida e aumentam o risco de morte prematura. A atenção para diabetes e suas complicações também representa um custo elevado para as famílias e os sistemas de saúde.

Segundo a OMS, uma em cada doze pessoas – 62 milhões – vivem com diabetes nas Américas. O número triplicou desde 1980 e a doença é atualmente a quarta causa de morte na região, depois de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e demências. Se medidas não forem tomadas, estima-se que quase 110 milhões de pessoas terão diabetes até 2040. 

Dados da mais recente pesquisa Vigitel Brasil realizada para a Saúde Suplementar informam que o diagnóstico médico de diabetes entre os beneficiários de planos de saúde no país aumentou de 5,8% em 2008 para 7,1% dos entrevistados em 2014. Entre as mulheres, o diagnóstico da doença subiu de 6,3% em 2008 para 7,3% em 2014; entre os homens, passou de 5,2% para 6,9% no mesmo período.

A maioria das pessoas com diabetes sofrem de tipo 2, que está intimamente ligada ao excesso de peso e obesidade, bem como estilos de vida sedentários. Nas Américas, mais de 60% da população está acima do peso ou obesa, em grande parte como resultado de mudanças de estilo de vida relacionadas ao desenvolvimento e à globalização.

A pesquisa Vigitel também mostrou que o sobrepeso e a obesidade têm aumentado entre os beneficiários de planos de saúde. Em 2014, a proporção de pessoas com sobrepeso (IMC igual ou acima de 25) foi de 52,2% da amostra do inquérito, contra 47% identificados em 2008. Os dados de obesidade (IMC igual ou acima de 30) seguiram a mesma tendência de aumento. Em 2014, 16,8% dos entrevistados estavam obesos no momento em que o levantamento foi realizado. Em 2008, o percentual foi de 12,7%. 

Pessoas com diabetes podem ter uma vida longa e saudável se a doença for detectada a tempo e bem manejada. A melhor forma de prevenção é seguir uma dieta saudável, evitando sobretudo os alimentos ultra processados – ricos em calorias e pobres em nutrientes – e bebidas açucaradas, além de realizar atividades físicas regularmente para manter um peso saudável. 

PROMOPREV – A ANS tem incentivado as operadoras de planos de saúde a investir em modelos de atenção centrados na saúde e não na doença. Essa transformação é possível com iniciativas como o Programa para Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev), que desde 2005 tem estimulado ações efetivas nesse sentido. 

Atualmente, existem aproximadamente 1,3 mil programas de promoção de saúde e prevenção de riscos e doenças realizados por operadoras de planos de saúde, abrangendo um total de 1,6 milhão de beneficiários. Do total de programas, cerca de 300 oferecem incentivos aos beneficiários por meio de premiações.

O Sistema do bem-estar social e a melhoria da qualidade de vida da população, é o que afirma o livro Único de Saúde do Brasil – conhecido como SUS – lançou os alicerces de um sistema de saúde melhor para o país, contribuindo para “20 anos de Construção do SUS no Brasil”, recentemente lançado pelo Banco Mundial.

O livro busca analisar a trajetória do programa desde sua criação, destaca progressos trazidos pelo SUS e aponta que, com base nessa experiência e apesar de todas as dificuldades inerentes a um país em desenvolvimento, o Brasil é hoje referência internacional na área de saúde pública e exemplo para outros países que buscam sistemas mais igualitários de saúde.

Com a criação do SUS, o Brasil foi um dos primeiros e poucos países fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a prever na legislação o acesso universal aos serviços de saúde, reconhecendo a saúde como direito do cidadão e dever do Estado.

O livro destaca que os esforços para a ampliação dos gastos em saúde e de uma melhor alocação dos recursos federais e estaduais, privilegiando as áreas e populações mais pobres do país, contribuíram para uma forte ampliação do acesso da população aos serviços básicos de saúde, com importante impacto na redução da mortalidade, o hoje depois da PEC da Morte deixou de ser realidade para um sonho distante.

Entre os desafios do SUS, o estudo identifica que o aporte de recursos à saúde precisa ser equacionado e que a capacidade gerencial do sistema ainda é um obstáculo importante. Além disso, há questões reconhecidas sobre as quais é preciso evoluir, como a melhora da qualidade e da coordenação do cuidado e a continuidade da expansão na cobertura da atenção primária.