As confusões na pequena Iranduba não param. Depois de eleger um prefeito com o curioso apelido de “Chico Doido”, cuja performance é uma incógnita, a julgar-se por seu desempenho pífio no único debate realizado durante a campanha, a população do município mais próximo de Manaus agora presencia uma disputa pelo que resta do mandato da prefeita Madalena de Jesus, a “Madá”, que enfrenta um pedido de afastamento que será votado na semana que vem na Câmara Municipal.

A maioria dos vereadores, alguns dos quais presos na operação comandada pelo Ministério Público, que colocou atrás das grades o ex-prefeito Xinaik Medeiros, afirmam que encontraram mais de 50 irregularidades cometidas recentemente pela prefeita, inclusive a falta de recolhimento de quase R$ 4,5 milhões descontados dos salários dos servidores para o Instituto Municipal de Previdência.

Comandam o grupo que quer afastar a prefeita os vereadores Paulo Bandeira (PTC), Antônio Muniz (PP) e Cristiane Maranhão (PC do B), todos não reeleitos para novo mandato. Eles ainda acusam a prefeita de ter contratado servidores no período eleitoral.

Já “Madá” garante que o movimento acontece porque ela se nega a pagar propina aos vereadores. Ela acusou ainda os vereadores de terem recebido a promessa de que, caso consigam afastá-la do cargo, cada um receberá uma grande quantia em dinheiro do interessado em ficar no cargo dela, sem revelar nomes.

A prefeita tem mandato até o dia 31 de dezembro. Se for afastada, assumirá um prefeito eleito indiretamente pelos vereadores, que terá um mandato de pouco mais de um mês. “Chico Doido” assume em primeiro de janeiro.

Só dois dos 13 vereadores de Iranduba foram reeleitos – Nedy Vale (PP) e Zé Augusto (PMDB). Ambos, entretanto, tiveram votações bem menores que a obtida em 2012.