Não há mais como fazer projeções para o futuro desprezando as jovens lideranças políticas

boato

Espalhou-se pelos bastidores do poder e na imprensa, nas últimas duas semanas, especulações segundo as quais estaria sendo costurado um “acordão” para a eleição estadual de 2018, com o objetivo de colocar no mesmo barco nomes como o ministro Eduardo Braga, o senador Omar Aziz, o prefeito Artur Neto e o governador José Melo. Trata-se tão somente de um boato, já que não existe nenhum fato que corrobore a existência dessa articulação. Além do mais, os boateiros cometem o erro crasso de desprezar as novas lideranças, que serão cada dia mais importantes nas tratativas relacionadas às próximas eleições.

Então vamos ao raio-x da boataria:

De onde ela veio – a especulação partiu de velhas raposas, cada vez mais preocupadas com a votação declinante e incomodadas com as novas lideranças. Daí o descarte de nomes como Henrique Oliveira, Marcos Rotta, Hissa Abraão e Marcelo Ramos;

A quem interessa – ao senador Omar Aziz. Apagado no Senado, mas ativo nos bastidores, ele precisa de uma rede de boatos que o coloque como a grande liderança do momento, para abafar não apenas aquele que seria seu principal adversário em 2018, o ministro Eduardo Braga, mas também o próprio Artur que, reeleito, passaria a ser um nome de peso para o governo do Estado;

Que fatores inviabilizariam este “acordão”?

1 – A candidatura a prefeito de Manaus de Henrique Oliveira, fomentada por algumas pessoas do círculo mais próximo ao governador José Melo. Confirmada, ela causaria uma ferida profunda na relação de Artur com Melo;

2 – O ódio figadal que hoje Braga e Artur nutrem um pelo outro;

3 – A postura de José Melo, que dá sinais de querer encerrar sua carreira ao final do mandato, em 2018. Pela lógica, se isso se confirmar, ele dificilmente permitira que a máquina fosse usada para eleger quem quer que fosse, já que precisaria usá-la para fechar bem a vida pública;

4 – A repulsa cada vez maior da população a estes acordos mirabolantes;

5 – A eleição presidencial, que poderia colocar vários dos atores do “acordão” em campos opostos;

6 – As ambições pessoais. Braga e Omar querem voltar ao governo. Para Artur, já em final de carreira, só este cargo faltaria no currículo. Reeleito, bem avaliado em Manaus e com um vice de confiança, por que não tentar?

7 – A ascenção dos jovens. Se um deles se eleger prefeito de Manaus em 2016 – isso é possível -, muda radicalmente o quadro (Aqui um adendo: os caciques vão medir forças na eleição municipal e tudo leva a crer que alguns deles apostem nestas jovens lideranças, pensando em usá-las depois. É o caso de Alfredo Nascimento com Marcelo Ramos).

Enfim, além de ser muito cedo para se falar em qualquer tipo de acordo para 2018, boatos desta natureza, plantados fora de tempo, só servem para reforçar esta ou aquela posição, para mandar recados a aliados e opositores e para ridicularizar quem acredita neles.

Em política tudo é possível? Claro! Mas há limites.

O blog não é dono da verdade.Por isso, gostaríamos da manifestação dos leitores sobre este assunto, até porque há outros fatores, que podem ter sido esquecidos aqui, que colaboram para desqualificar os boatos. Ou pelo contrário, situação que os corroborariam. Mande seu comentário.

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