MP-AM não conseguiu comprovar denúncias e prefeito de Tapauá volta ao cargo, recebido por multidão

O prefeito José Bezerra Guedes, o Zezito (MDB), de Tapauá, município com pouco mais de 22 mil habitantes na calha do rio Purus, voltou ontem à cidade e foi recebido por uma multidão. É que na última segunda-feira, 23, o desembargador Anselmo Chíxaro determinou o retorno dele ao cargo, alegando que o Ministério Público “não demonstrou de forma inequívoca qualquer ato que imponha a manutenção de seu afastamento preventivo”.

Zezito foi preso no dia 28 de novembro do ano passado, no curso da operação “Tapauara”, deflagrada pelo Ministério Público do Estado, com apoio da Polícia Civil. Ele foi acusado de desviar nada menos de R$ 62 milhões dos cofres públicos.

O caso levantou dúvidas desde o início, principalmente por causa do valor alegado pelos promotores. Ocorre que Tapauá arrecada pouco mais de R$ 3 milhões mensais. Portanto, se Zezito estava no cargo há menos de onze meses, como teria movimentado R$ 62 milhões, se no período a arrecadação foi de pouco mais de R$ 33 milhões?

O prefeito passou 24 dias preso, junto com vereadores e um empresário. Depois de solto, correu atrás de provar a própria inocência, até que obteve a decisão que lhe devolveu o cargo, conquistado em outubro de 2016 com pouco mais de 40% dos votos.

Ontem, ele retornou a Tapauá, depois de tomar todas as providências em Manaus para reassumir o cargo e o controle das contas do município.

No período de cinco meses que passou fora do cargo, Zezito foi substituído por seu vice, Hilário de Abreu Filho (PC do B).

As denúncias que levaram à prisão de Zezito foram feitas pelo vereador oposicionista David Menezes (PSC). Na época da operação, o MP-AM divulgou o feito como o desbaratamento de uma grande quadrilha que desviava recursos públicos. Só que não foram apresentadas provas suficientes nem para manter o prefeito preso, nem para mante-lo fora do cargo.

A recepção de Zezito ontem em Tapauá tem uma explicação: ele recebeu o município em frangalhos e colocou os salários em dia, além de realizar uma série de intervenções que deram esperança à maioria da população. Estava reconstruindo o prédio da Prefeitura, destruído pela população durante uma revolta contra a ausência do então prefeito, Almino Albuquerque (PSD), em 2014. Também realizava uma operação tapa-buracos, construía um Centro do Idoso, um Centro Cultural e recuperava a escadaria da cidade, o campo de futebol e a quadra de areia, todas obras muito pedidas pela população.

Zezito tinha acabado de conseguir emendas parlamentares em Brasília que garantiria a construção de várias escolas indígenas e rurais.

Seu retorno foi saudado com uma grande passeata pela pequena cidade.

 

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