Mentiras e Pós-Verdades

No meio das discussões das nefastas fake news, há aqueles que negam estar mentindo, para influenciar negativamente a opinião pública, criando uma verdade sentimental em detrimento de fatos concretos e objetivos. O fenômeno não é novo e tem até nome discutido mundialmente. É a tal da pós-verdade, uma “verdade” baseada nas emoções e crenças pessoais, em desacordo com a filosofia do “penso, logo existo”, seguindo na esteira do “acredito, logo eu estou certo”.

Estudos apontam que o fenômeno da pós-verdade, conjugado com as fake news, já desmontaram estruturas consolidadas, como no caso da separação do Reino Unido da União Europeia, no processo que foi chamado de Brexit. Os estudos apontam que um caminhão de sites contrários à União Europeia passou a vender, de forma errada, que o custo da manutenção do Reino Unido no bloco econômico custaria muito caro para povo britânico, aproximadamente 470 milhões de euros por semana. Como grande parte da população daquele país consome informações nas redes sociais, não foi difícil convencê-la da saída do bloco.

Trago essa tal pós-verdade para a discussão porque, num mundo totalmente globalizado pelas redes sociais, o fenômeno já aportou aqui pelo Brasil e pelo Amazonas mais rápido até que o coronavírus. Em 2018, sentimos os seus efeitos mais violentos no pós-primeiro turno daquela fatídica eleição. Nossa coligação sofreu trocentos ataques de fake news, vendidas por centenas de sites e redes sociais, no ambiente virtual, que chegaram a ser tratadas até como verdade nas mídias de comunicação profissionais. Desse modo, transformando mentiras em verdades no sentimento popular.

Neste ano, a oito meses da eleição municipal, pessoas ligadas direta e indiretamente a grupos políticos já iniciaram de forma orquestrada uma série de ataques, tendo como munição as fake news. Diante das mentiras disparadas contra nós, já reagimos junto aos especialistas no combate aos crimes da Polícia Civil do Amazonas. As provas estão todas reunidas.

Sei que o caminho para eliminar esse mal é longo, mas me manterei vigilante. A sociedade também precisa estar, para não se tornar vítima dos interesses de grupos que fazem uso de conteúdo mentiroso e de ódio para chegar ao poder.

*O autor foi deputado estadual da 15ª a 17ª legislatura, governador do Amazonas em 2017 e é o atual presidente estadual do partido Avante no Amazonas

Qual Sua Opinião? Comente:

Deixe uma resposta