Ao falar sobre a proposta que aumenta a idade mínima de aposentadoria para as professoras em 10 anos, sem regra de transição – passa de 50 para 60 anos -, o deputado federal Marcelo Ramos (PR), presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, disse que o governo Jair Bolsonaro (PSL) não tem a maioria e não terá voto suficiente aprovar ideias como esta.
A declaração ocorreu durante debate sobre a reforma, realizado hoje pela manhã na Assembleia Legislativa, por proposição do deputado estadual Dermilson Chagas (PP). Ramos afirmou que a Comissão está trabalhando no intuito de encontrar um equilíbrio justo de uma proposta final que consiga promover o necessário e urgente ajuste fiscal, sem que atinja a população mais carente. “Não vai resolver tudo, mas é preciso da um passo inicial para que possamos ter um futuro de sustentabilidade, combinado com outras reformas, como a tributária e uma serie de ajustes de natureza fiscal que o país precisa”, disse.
Marcelo garantiu que em consenso com os membros da Comissão Especial, alguns pontos da reforma, não deverão ser aprovados como as regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e aposentadoria rural. “Na manutenção atual, no valor de um salário mínimo, o BPC é pago aos idosos de baixa renda a partir dos 65 anos. A proposta da reforma prevê a redução do valor para R$ 400, com pagamento a partir de 60 anos, atingindo o salário mínimo somente a partir dos 70 anos. Não mudaremos as regras do BPC, pois, não tem natureza previdenciária, sem contribuição e sim de assistência social. E também não passará alteração da aposentadoria rural, usufruída pelos agricultores e pescadores, esse é o nosso compromisso”, afirmou.
O deputado ainda defendeu a exclusão das reformas previdenciárias de estados e municípios. “Não podemos oferecer o mesmo remédio de um paciente que está na UTI para um que está com febre. A previdência do estado do amazonas está equilibrada, já a do Rio Grande do Sul está absolutamente quebrada. Então eu tenho defendido a retirada da aplicação automática das regras aprovadas pela reforma da previdência para servidores do Estado e município. Cada estado e município faça a sua reforma se for necessária”.
Já o senador Omar Aziz (PSD) defendeu a tese de Marcelo em excluir o estado e municípios da reforma da previdência. “O Guarda municipal a prefeitura tem que cuidar, professores e policiais, fica a cargo do governo do estado. A reforma geral é uma contribuição de todo o brasileiro”, disse o parlamentar que defendeu algumas correções na proposta do governo federal. “Os trabalhadores rurais, pessoas que recebem o BPC não podem ser prejudicados”, complementou.
O autor e mediador da audiência pública, deputado Dermilson Chagas, se diz ter ficado muito satisfeito com o posicionamento e compromisso do deputado federal Marcelo Ramos e do senador Omar aziz sobre a reforma da previdência e defendeu uma diminuição do encargo tributário para o empresário para que realmente haja geração de emprego e renda. “Estamos ouvindo diariamente que a previdência é a sinalização para geração de emprego, essa é política. O empresário que é o responsável para contratação e repor esses postos de trabalho vai sofrer encargo tributário para gerar mais emprego? Isso eu não estou vendo, porque só vejo mudança no tempo de contribuição, idade, e benefícios que a população já recebe, e não mexer com quem gera emprego, é preocupante. Portanto, defendo essa tese”, disse.
Sobre o produtor rural, pescador e outras categorias, Dermilson acredita que houve uma tranquilidade após os esclarecimentos de Marcelo e Omar. “Trouxemos a calma para vários segmentos, como o pessoal do BPC, sindicato dos trabalhadores rurais, entre outras categorias que se mostraram preocupados com a reforma. No amazonas, temos 228 mil benefícios previdenciário, só rural 108 mil, urbanos 116 mil. Então, quando é proposto uma reforma como essa, é preciso saber quem estamos atingindo. Que fique claro, que se depender da nossa bancada, esses benefícios não serão mexidos”, indagou.
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