Quem tem o poder da caneta pode escrever sobre o que admite entender; inclusive decidir. É o que vimos hoje onde os supostos manipuladores de fatos tentam opinar sem o devido e abalizado conhecimento de todos os ângulos da questão.
Estudar faz parte da vida, pouco importando se temos 70 ou 80 anos…Por isso, analisar é para os mestres, pesquisar é para todos e não somente para alunos; criticar é para quem tem conhecimento do conteúdo da matéria e bom senso. O ser humano pode até não concordar com determinada análise da matéria, mas para rebatê-la deve ter argumentos sólidos. As análises que surgiram sobre o devido tratamento dado à pandemia sempre foram objeto de sensacionalismo fulcrado no quanto pior, melhor. Hoje com o advento da CPI esperamos que as responsabilidades sejam definidas, inclusive do STF que provocado ou não também determinara como o governo federal deveria agir. Há, responsabilidade de todos, notadamente dos governadores e prefeitos que receberam elevados valores e se negam a prestar contas. Ocultar a verdade e distorcer os fatos não fazem parte da boa gestão da CPI. Preparar artigos tendenciosos que beiram a leviandade são atos próprios dos que colocam suas ideologias acima da matéria objeto da CPI. Aduzir agora que “governadores tiveram atuação responsável” na condução da pandemia é ato tendencioso, até porque é de domínio público que fecharam hospitais de campanha indevidamente e só acordaram para o caos após terem “pulado” o carnaval em 2020 quando Bolsonaro bem antes já havia decretado o estado de calamidade pública. Por isso, estamos diante de uma CPI onde Presidente e Relator ao responderem a inquéritos não deveriam sequer terem sido eleitos para tais funções em nome da moral. Bem a propósito o Presidente, Senador Omar, acaba de ser indiciado pela Polícia Federal por suspeita de desvio de cerca de R$ 200 milhões da saúde do Amazonas. E, dizem que Renan é alvo de nove investigações por corrupção e lavagem de dinheiro. Será a CPI da vergonha.
Mas ao enviarem carta ao Presidente Joe Biden os 24 governadores subscritores ao proporem ações conjuntas foram longe demais. Atropelaram a soberania nacional, menosprezando o povo brasileiro; desprezaram nossa história e negaram vigência ao artigo 84, inciso VIII da Constituição Federal. Como a ninguém é dado o direito de desconhecer a lei, muito menos a governadores até porque dispõem de assessoria; todos eles se prestaram a outro desserviço ao povo brasileiro agora com o apoio de uma mídia derrotada nas urnas. O povo não se sente cúmplice dos atos irresponsáveis perpetrados pelos ministros do STF; nem culpado pela afronta à Constituição Federal que há anos constumam rasgá-la. Maquiavel já se fora e esquecer as provas cabais da prática da corrupção é outra tentativa de violar a democracia. Nunca vimos um STF tão ridicularizado; uma OAB tão debilitada e ineficiente, bem como um Congresso desmoralizado. Não sejamos alienados. Até quando a crise moral perdurará?
*O autor é escritor, advogado e ex-conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil
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