Magistocracia

Nossa justiça é um primor em todos os níveis!

Raros são os tribunais comuns ou federais nas suas diversas instâncias e até as cortes superiores de justiça dignas de elogio.

A começar pela jabuticaba que são o Tribunal Superior Eleitoral e seus congêneres estaduais instâncias de julgamento absolutamente desnecessárias, inócuas e anacrônicas.

São tribunais sugadores de recursos de um país depauperado econômica e financeiramente.

São verdadeiros cabides de emprego e de tolerância com o toma lá dá cá e o desmando.

São espaços dominados pelo jogo político comandado pelos partidos e por políticos que apontam e impõem nomes e cargos numa voraz divisão do butim. Não se pode denominar isso de justica!

Raciocine comigo leitor!

Onde cabe justiça eleitoral estadual se a Lei que rege o processo é federal? E nenhum político, advogado ou magistrado se insurge contra essa idiossincrasia jurídica.

Porque cargas d’água nosso país precisa de tribunais eleitorais pra funcionarem apenas de dois em dois anos a um custo de bilhões e bilhões do orçamento federal?

Não muito pior porém, mais um cancro a devorar a grana pública de modo assombroso, são os tribunais do trabalho em todas as suas instâncias.

Uma justiça morosa, paquidérmica e atrasada, as cortes do trabalho deveriam ter sido extintas já na constituinte de 1988 não fosse o fortíssimo lobby dos políticos, verdadeiros donos de nacos representados por cargos e espaços de poder tanto em Brasília quanto nos estados.

O que justifica a existência de uma justiça do trabalho se a justiça federal poderia muito bem cuidar dos processos trabalhistas? Novamente afirmo nenhum político, advogado ou magistrado demonstra indignação contra essa aberração jurídica.

Somente no Brasil mesmo essa insanidade institucional é permitida. Vôte!

Resultado dessa esculhambação judicial brasileira, são os escândalos, os desvios comportamentais, os crimes e os desmandos protagonizados por magistrados em todas as instâncias.

A começar pelo Supremo Tribunal Federal, Olimpo da justiça brasileira, onde onze ministros mandam mais que os outros poderes porquanto, julgam, legislam, investigam e condenam, desequilibrando forças que deveriam funcionar de modo harmônico e independente. Que péssimo exemplo!

Há meses, e por conta dessa mesmo desvario jurídica e judicial, a justiça do estado da Bahia foi tomada de assalto por verdadeira quadrilha de magistrados de todos os níveis e cargos.

Já são quatro desembargadores incluindo o presidente da corte, dois juízes, dois promotores, um secretário de segurança, policiais estaduais e federais, escrivãs, investigadores presos, numa operação que atende pelo sugestivo nome de Faroeste.

É a síntese de uma justiça carcomida pela corrupção!

É a mais completa tradução do estado criminoso incrustado na corte de justiça!

São homens e mulheres envolvidos no mais grosso escândalo de roubalheira, venda de sentenças judiciais, conluio com criminosos, envolvimento com bandidos, malversação de grana pública e desvio de caráter.

Onde vamos parar?

Quem poderá colocar freio nessa gente?

Será que não poremos fim à corrupção no nosso país?

Como disse alguém um dia: Nosso Brasil só não afunda mais porque é maior que o buraco onde se encontra.

Té logo!