Depois que o candidato a vice-prefeito Renato Junior (Avante) revelou, durante debate na TV Norte, que a candidata a vice-prefeita Maria do Carmo Seffair (Novo) devia mais de R$ 12 milhões do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), referentes aos imóveis de sua propriedade e de suas empresas, o tema passou a dominar a campanha eleitoral no segundo turno para a Prefeitura de Manaus e colocou os dois, que seriam coadjuvantes dos candidatos a prefeito, David Almeida (Avante) e Capitão Alberto Neto (PL) como protagonistas. Inicialmente ela admitiu a dívida e chegou a dizer até que “é normal dever”. Mas agora a empresária adota a estratégia de dizer que o oponente a tratou de forma desrespeitosa e foi buscar o apoio de entidades que defendem os direitos das mulheres.
O assunto IPTU veio à tona porque Maria do Carmo afirmou que Renato teria sido citado em uma investigação. Foi quando ele contra-atacou revelando a dívida dela e de suas empresas, algumas das maiores de Manaus. “É verdade que eu devo IPTU. E trabalho exclusivamente com recursos do bolso dos meus alunos. E é sim normal dever IPTU. Minhas empresas devem”, respondeu a proprietária da Faculdade Metropolitana de Manaus (Fametro). Depois do debate circulou reportagem de 2014 mostrando que a empresa foi flagrada pela Manaus Ambiental e Polícia Civil furtando água para uso em obra de reforma.
Ontem Maria do Carmo gravou um vídeo em que disse ter parcelado sua dívida do IPTU, sem revelar a data. Na declaração de bens que fez à Justiça Eleitoral, Maria do Carmo declarou R$ 90.216.572,93 em bens, um deles referente a uma casa em Miami, na Flórida, avaliada em R$ 4,8 milhões. Por isso, nas redes sociais ela vinha sendo questionada sobre o porquê de não pagar o imposto.
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), entrou na onda. Em entrevista ontem ele afirmou que o valor devido pelo grupo comandado por Maria do Carmo permitiria a construção do primeiro hospital-dia no município.
Mudando de assunto
Maria do Carmo tenta mudar de assunto e evitar maior desgaste com o caso. Por isso, foi buscar apoio entre entidades que trabalham com o direito das mulheres. E conseguiu. A Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica – Comissão Amazonas, emitiu uma nota pública repudiandoa postura de Renato Júnior no debate, sem citar o assunto IPTU.
“As ações e gestos de deboche manifestados, a todo momento, pelo referido candidato durante as falas da candidata Maria do Carmo Seffair, são característicos do desprezo que alguns homens nutrem por mulheres que ousam adentrar os espaços políticos, historicamente proibidos para elas”, diz a nota assinada pela presidente da Associação, a juíza Lúcia Maria Corrêa Viana, que atua como professora no Grupo Fametro.
Hoje Maria do Carmo Seffair postou um vídeo em suas redes sociais agradecendo às mensagens de apoio e solidariedade que recebeu. “Quero agradecer a todo apoio e carinho que recebi em tantas mensagens de solidariedade pelo ataque machista e mentiroso feito pelo candidato Renato Júnior, o vice desse prefeito que não vai se reeleger”, disse ela, sem citar mais o assunto IPTU.
No texto enviado pela assessoria, o caso é citado apenas como “informações descontextualizadas acerca do IPTU das empresas de Maria do Carmo”, referindo-se a Renato Junior.
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