Grupo promove em Manaus jogos da Seleção Feminina na Copa

Essa é a primeira vez na história do futebol feminino que os jogos da Copa do Mundo Feminina serão transmitidos ao vivo por um canal aberto de televisão no Brasil. Para fomentar a paixão nacional pelo futebol e engajar as torcedoras e torcedores a assistiram aos jogos da Seleção Brasileira Feminina, a marca-protesto PEITA, de Curitiba (PR), criou a campanha “Jogue como uma garota”, que consiste na realização de eventos com transmissão das partidas. Em Manaus, a embaixadora da campanha é a jornalista Kátia Brasil, cofundadora da agência Amazônia Real, e o Bar Oficial é o Espaço Curupira Mãe do Mato, dirigido por Gabriela Refosco.

Também são coordenadoras da campanha em Manaus: Nayana Góes e Anne Paiva, do Instituto Mana; Marília Freire, do Humaniza Coletivo Feminista: Naty Veiga, do Movimento "Miga, Sua Lôca!" Cultura e Diversidade; e Mayara Jansen, da partidAmazonas.
Além de Manaus, a campanha recebeu adesão de São Gabriel da Cachoeira, na fronteira do Amazonas com a Venezuela e Colômbia. Em todo o país a campanha será realizada em 21 cidades, dentreelas, capitais como Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Belém (PA).

A missão da campanha é incentivar as jogadoras brasileiras rumo ao primeiro título do Brasil neste mundial. A Seleção Brasileira é Heptacampeã da Copa América, mas ainda não trouxe a taça da Copa do Mundo para a casa. O time é composto por 23 jogadoras, entre elas, Marta – seis vezes a melhor jogadora do mundo – , Formiga – que vai para sua sétima Copa –, Bárbara, Alines Reis, Letícia, Erika, Mônica, Kathellen, Tayla, Letícia Santos, Fabiana, Tamires, Camila, Thaisa, Andressinha, Andressa Alves, Debinha, Ludmilla, Geyse, Raquel, Bia Zaneratto e Christiane.

A presidente da marca-protesto PEITA, a designer Karina Gallon, diz que o lema da campanha “Jogue como uma garota” significa “ocupar o nosso espaço em uma modalidade que é completamente dominada e conduzida por homens, que por decisão própria presumem que esse não é o nosso lugar”. Por isso, ela ainda reitera: “Essa, bem mais que uma frase de efeito, é uma frase de enfrentamento. Ela é de cada pessoa que se identifica e a ressignifica dentro do seu contexto de vida”, explica Karina.

A embaixadora da campanha em Manaus, a jornalista Kátia Brasil, afirma que a campanha provoca a reflexão sobre a invisibilidade da Copa do Mundo Feminina no país, apesar do futebol ser o primeiro esporte nacional. “O país do futebol não está mobilizado nacionalmente como aconteceu com a Copa de 2014 masculina. Até o álbum de figurinha não se encontra nas bancas. Então, convocamos todas e todos para assistirem aos jogos e torcer pelas nossas jogadoras. Chegou a hora das garotas da Seleção”, disse ela.

Uma das coordenadoras da campanha, Anne Paiva, cofundadora do Instituto Mana, diz que o evento será divulgado pela imprensa, porém é fundamental que as pessoas apaixonadas por futebol incentivem seus amigos a prestigiarem nossas jogadoras. A advogada diz, ainda, que é necessário que o governo federal decrete ponto facultativo nas datas dos jogos do Brasil para maior adesão de telespectadores ao evento.

BOLÃO E DRINK DA MARTA 

A abertura da Copa do Mundo Feminina será no dia 7 de junho. O Bar Oficial Curupira Mãe do Mato começará a receber o público a partir das 14h (no horário de Manaus). A entrada para os eventos será R$ 5. No espaço, o público terá acesso às tabelas de bolso dos jogos da campanha “Jogue como uma Garota”, adesivos, kit bolão da copa, kit bolão nos jogos do Brasil, venda de camisetas e o drink da Marta.

A Seleção Brasileira estreia no dia 09 de junho, às 09h30, jogando contra a Jamaica. Os outros jogos serão realizados nos dias: 13 às 12h, quando o time de Marta enfrenta a Austrália; e dia 18 às 15, com a Itália, concluindo assim primeira fase da copa.

“Jogue como uma Garota, lute como uma garota e torça como uma garota! Vamos mostrar a força das garotas de Manaus nesta Copa! Vamos torcer, juntas, por nossa Seleção”. Essas são palavras de Gabriela Refosco, diretora do Curupira Mãe do Mato, que convoca as torcedoras para assistirem aos jogos da Copa do Mundo Feminina.

Naty Veiga, do Movimento "Miga, Sua Lôca!" Cultura e Diversidade, diz que a campanha “Jogue como uma Garota” é importante para empoderar as mulheres do futebol brasileiro e desenvolver a equidade de gênero. Durante as transmissões no bar oficial Curupira, a coordenação da campanha irá convidar as jogadoras dos times de Manaus – profissionais, amadores e indígenas – para participar.

Para a campanha, a marca-protesto PEITA criou uma edição especial da camiseta “Jogue Como Uma Garota” nas cores azul e amarela, uma homenagem ao primeiro time de futebol feminino do país, o Esporte Clube Radar.

O lucro desta camisete PEITA será revertido para o financiamento das ações organizadas da campanha Jogue como uma garota. A marca é também responsável por todo o material gráfico e criação das artes digitais da campanha.

Para Marília Freire, coordenadora do Coletivo Feminista, a realização da campanha “Jogue Como Uma Garota” em Manaus é um projeto que traz para o centro do mês de junho os jogos da Seleção Brasileira de Futebol Feminino. “Vamos vestir a camisa [da campanha] e nos juntar com nossas amigas e torcer pelas nossas mulheres! Rumo à Taça!!”, disse ela.

NÃO TEM DESCULPA 

A meia da Seleção Brasileira Feminina, Raquel Fernandez, falou sobre a transmissão das partidas pela campanha. “As torcedoras e torcedores do Brasil poderão comemorar as vitórias junto com as jogadoras. Temos uma responsabilidade ainda maior de representar nosso país e o futebol feminino, porque se a gente fizer um bom trabalho e mostrar um belo futebol, tenho certeza que não só a Globo vai transmitir outros campeonatos, como também outras emissoras abrirão as portas para o futebol feminino no Brasil”, disse Raquel.

SOBRE PEITA

A PEITA nasceu dia 8 de março de 2017 com a frase “Lute como uma garota”, invadindo as ruas de Curitiba nas manifestações do Dia Internacional da Mulher – Marcha 8M. O intuito da marca-protesto é oferecer ferramentas de enfrentamento para mulheres lutarem contra as opressões diárias a que estão sujeitas em diferentes contextos. A PEITA cumpre com a missão de trazer os dizeres polêmicos do contexto das manifestações para os dias comuns, gerando a discussão do movimento feminista em uma abordagem diferente. O layout criado pela designer curitibana Karina Gallon transmite a mensagem de forma simples e direta, usando um produto comum e acessível. Hoje, a PEITA tem 30 dizerem polêmicos, dos quais 70% são resultado de parcerias com movimentos, instituições e projetos sociais, envolvendo mulheres que estão na militância e/ou empresas que se comprometem com o combate às opressões. Nestes casos, o lucro ou parte da produção é doada para financiar as causas que defendem.

Foto: Ângela Reck

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