O deputado Abdala Fraxe (Podemos), que assumiu recentemente como um dos vice-líderes do Governo na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), protocolizou um pedido de aditamento à representação apresentada pelo correligionário Wilker Barreto, pedindo a cassação do mandato da deputada Joana Darc (PL) por quebra de decoro parlamentar. É uma tentativa de impedir que a matéria saia da Comissão de Ética para o plenário, aonde as chances de salvação dela ainda são remotas. A parlamentar declarou da tribuna, no dia 3 de dezembro de 2020, que o atual presidente da Casa, Roberto Cidade (PV), havia pago R$ 200 mil a cada um dos 16 parlamentares que votaram nele para o cargo.
“O deputado Abdala, que é governista declarado, ingressa na condição de presidente estadual do Podemos no intuito de suspender o processo de apreciação das palavras caluniosas pronunciadas pela Joana Darc. É um pedido de aditamento totalmente surreal, indecente e imoral. Nós estamos falando de 16 deputados sendo chamados de corruptos”, ponderou Wilker.
Roberto Cidade venceu a antiga vice-líder do Executivo e atual secretária estadual de Assistência Social (Seas), deputada Alessandra Campêlo (MDB), na eleição realizada naquela data, o que gerou a reação de Joana Darc. “O que nós vivemos naquela época foi histórico. Pela primeira vez em décadas elegemos um presidente contrário aos interesses do Governo, e agora chega um documento sem nenhuma fundamentação jurídica e no intuito claro e desesperador de calar esta Casa? Nós não precisamos passar por um processo eleitoral que se avizinha tendo que se justificar nos quatro cantos do estado o que ocorreu aqui”, acrescentou Wilker.
No início do ano, Joana Darc pediu licença maternidade, o que postergou o processo. No seu retorno, foi à tribuna pedir desculpas aos colegas. Por fim, entregou a liderança do Governo ao deputado Felipe Souza (Patriota), um dos eleitores de Cidade. Agora, a bancada governista tenta colocar panos quentes na situação, mas uma parte dos deputados continua insistindo na cassação.
“Eu não abrirei mão do direito de ter o nosso nome aqui resguardado. O que eu peço e reitero é celeridade na apuração desse fato grave, o pedido de desculpas não tira o dolo e a necessidade desta Casa apurar”, finalizou Barreto.
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