Fruta pedra-ume caá, que existe no Amazonas, pode combater o diabetes

Uma pesquisa desenvolvida no Amazonas descobriu que a fruta pedra-ume caá (Eugenia punicifolia), ainda desconhecida por grande parte da população, possui potenciais antioxidantes e antiglicantes, cujas propriedades são promissoras para o desenvolvimento de um novo produto (fármaco ou nutracêutico) para o tratamento de diabetes.

O resultado da pesquisa foi publicado na revista científica “Food Research International”, por meio do artigo intitulado “Pedra-ume caá fruit: An Amazon cherry rich in phenolic compounds with antiglycant and antioxidant properties”, produzido pela doutoranda em Química, Andrezza da Silva Ramos, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O artigo, em inglês, pode ser conferido por meio do link https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0963996919303552/.

“A ideia do estudo foi agregar valor a esses frutos não convencionais, com o objetivo de provar que eles são, além de palatáveis, saudáveis e tentar encontrar algum bioativo, ou seja, substância que tivesse alguma atividade benéfica à saúde”, comentou Andrezza.

O estudo desenvolvido com a pedra-ume caá contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do projeto  “Investigação dos potenciais antioxidante, anti-inflamatório, antimicrobiano e citotóxico de plantas medicinais amazônicas com interesse biotecnológico”, via Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Amazonas (Fixam),  coordenado pela Profª Dra. Jaqueline Bezerra, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam).  A pesquisa permitiu consolidar parcerias com o grupo de pesquisa da Ufam para poder implementar os ensaios e desenvolver o projeto.

Segundo Andrezza, ter uma publicação em uma revista científica internacional representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores.  “Quando outros grupos citam o nosso trabalho, é uma forma de dizer que respeitam e aceitam o que você está dizendo como verdade. Isso é algo bem motivador, publicar e saber que têm pessoas de todo mundo lendo e descobrindo o que está sendo feito aqui”, contou.

O  Prof. Dr. Marcos Batista, que integra o grupo de pesquisa, reforça que o  artigo é importante, mas não é o principal produto, e sim o aluno ter conseguido concluir o trabalho, principalmente com resultados promissores.

“Essa produção científica demonstra a qualidade da pesquisa realizada por discentes da universidade, o que irá sem dúvida refletir positivamente nos conceitos dos programas de pós-graduação envolvidos, bem como nos indicadores de produção científica dos bolsistas de produtividade em pesquisa que colaboram com esse artigo”, destaca.

Grupo de pesquisa – O trabalho consiste em um estudo químico, mas com viés multidisciplinar, idealizado pelo grupo de pesquisa do Núcleo de Estudos Químicos de Micromoléculas da Amazônia (Nequima) da Ufam. Além de Andrezza, fazem parte da equipe o químico, Prof. Dr. Marcos Machado; o farmacêutico, Prof. Dr. Emerson Lima; os engenheiros, Prof. Dr. Edgar A. Sanches e Prof. Dr. Pedro Campelo.

Participaram ainda, pela Embrapa Amazônia Ocidental, o agrônomo Dr. Francisco Célio Chaves, além da colaboração da Profª Dra. Francinete Campos da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Fixam – O programa consiste em estimular a fixação de recursos humanos com experiência em ciência, tecnologia e inovação e/ou reconhecida competência profissional em instituições de ensino superior e pesquisa, institutos de pesquisa, empresas públicas de pesquisa e desenvolvimento, empresas privadas e microempresas que atuem em investigação científica ou tecnológica.

FOTO: Érico Xavier

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