Faltam os medalhões

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

Assim que a operação Maus Caminhos foi deflagrada no início deste ano e estourou esse escândalo sobre a dilapidação do patrimônio público na saúde a área mais sensível  e que cala fundo às necessidades mais fundamentais do cidadão, ocupei aqui este espaço para cobrar das autoridades e dos órgãos competentes a investigação profunda e o alcance de todos os corruptos envolvidos para que a grana desviada fosse devolvida e os implicados e comprovadamente culpados fossem pra cadeia afim de pagarem por seus erros.

Nos dois últimos governos entre os anos de 2010 e 2016 as manchetes do noticiário local têm sido pródigas em publicar fatos, versões e notícias que linkam duas famílias de ex governadores aos mais variados tipos de roubalheira, corrupção e desmandos os quais  têm trazido enormes prejuízos aos cofres públicos e promovido o desmonte das estruturas de estado que deveriam estar a serviço da população e não enriquecendo maus governantes, políticos, servidores e gestores públicos, numa corrente do mau que desviou centenas de milhares de reais da área da saúde impondo dor, sofrimento, perdas e morte ao usuário do SUS esse que, em última análise, é o maior perdedor porque para cada real desviado há um serviço ou produto que deixou de ser realizado ou adquirido em favor da sua saúde. Lamentável!
Essa profusão de escândalos e de desvios de conduta e de dinheiro que se repete há anos só foi possível graças à omissão e a conivência de gente graúda dos meios políticos que se locupletaram política e financeiramente das falcatruas perpetradas contra o estado e o povo os quais a grande maioria da imprensa, da polícia, dos órgãos de investigação, de denúncia e da justiça sabem muito bem quem e quantos são e logo, logo, deverão ser alcançados.
É notória a participação de um ex Governador e atual senador da República e da sua família em todos os passos que circunscrevem essa vergonhosa trama de roubalheira e sua macabra conexão com o sofrimento do povo nas filas dos hospitais e na espera pelos serviços de saúde pública funcionando precariamente sem cirurgias, sem material, sem remédios, sem consultas e sem atendimento básico para a dor dos usuários.
Esse senador só não foi ainda alcançado porque detém foro privilegiado porém, seus irmãos e sua mulher encalacrados nessa sórdida sujeira de desvios de dinheiro que infelicita o povo, estão na mira dos órgãos de investigação porque já foram generosamente citados por réus delatores.
A trama urdida pra saquear o dinheiro público tem as mais sórdidas e engenhosas conexões nos intestinos da administração pública posto que, a julgar pelos nomes dos envolvidos recentemente presos e os postos que ocuparam nos governos os quais serviram, dão uma noção exata do padrão de inteligência na montagem desse esquema: Um secretário da fazenda(aliás mais um e de novo o mesmo), dois secretários de saúde, um secretário de administração, um chefe da Casa Civil, dois secretários executivos e dezenas de ocupantes de cargos comissionados e outros peixes miúdos todos da SUSAM.
Se seguissem a máxima que aprendi na gestão pública que diz: quem compra não paga, quem paga não recebe e quem recebe não compra, esses energúmenos e a administração pública estariam livres da roubalheira e dos consequentes escândalos que fatalmente adviriam.
Ao me reportar sobre esse assunto e especialmente sobre as prisões efetuadas em uma postagem numa rede social assim eu falei: Não tripudio sobre a desgraça alheia, não rio do infortúnio dos outros; só espero que a justiça impere.
Pronto! é assim que me sinto por sobre o assunto em tela e por sobre todos os indiciados os quais nesse momento vivem suas agruras pessoais, familiares, emocionais, físicas e de suas imagens negativas de homens públicos presos por terem percorrido o atalho que leva sempre aos Maus Caminhos.
Té logo!