Dois casos de estupro ocorridos em Manaus, em novembro de 2014 e março de 2015, que tinham sido arquivados por falta de identificação de autoria, foram elucidados essa semana pelo Banco de Perfis Genéticos do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC). Vestígios de DNA encontrados nas vítimas foram confrontados com o acervo de perfis genéticos de amostras de crimes e presos condenados, o que permitiu a identificação de Arão Amorim de Lima, 31.Arão já está no Centro de Detenção Provisório Masculino 2, acusado de outro estupro ocorrido em 16 de novembro de 2014, na Cidade de Deus, zona norte de Manaus. Conforme análise de perfil genético e modus operandi do acusado, ele é considerado um estuprador em série. Com o trabalho da Polícia Científica, agora ele é identificado como autor de três estupros.
De acordo com o inquérito da Polícia Civil, o primeiro estupro praticado por Arão ocorreu dia 13 de novembro de 2014, na Redenção, zona centro-oeste. O acusado trabalhava como mototáxis e insistiu em fazer a corrida de duas adolescentes. Ele desviou o caminho, levou as meninas para um matagal, onde violentou sexualmente uma delas, uma adolescente de 14 anos. Além do estupro, Arão roubou a bolsa e o celular da vítima.
Três dias depois, na Cidade de Deus, fez outra vítima: uma mulher de 24 anos. Após o estupro, em um terreno baldio, ele subtraiu pertences da jovem. Segundo as investigações, a vítima o reconheceu trafegando em via pública dez dias depois de ser violentada. Ela registrou o caso no 13º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde as investigações iniciaram.
A polícia identificou uma terceira vítima do estuprador em série. O crime ocorreu em março de 2015, no bairro Cidade Nova, quando ele estuprou uma mulher de 22 anos, seguindo a mesma linha de atuação. Como mototaxista, levou a mulher para um local abandonado, onde a violentou e roubou. Dois meses depois desse crime, Arão foi preso pela Polícia Civil em decorrência do estupro praticado na Cidade de Deus, em 2014.
Conforme a gerente dos Laboratórios de Biologia e Genética Forense do Instituto de Criminalística, Daniela Koshikene, os vestígios genéticos do autor dos crimes foram coletados nos corpos das vítimas de 14 e 22 anos. Esse material foi inserido no Banco para pesquisar a compatibilidade com alguma das amostras do acervo. No Amazonas, o Banco já coletou os perfis genéticos de condenados do antigo regime semiaberto e do fechado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), e o trabalho continua com a coleta em outras unidades prisionais.
“Eram dois casos de autoria desconhecida. É preciso lembrar que o estupro é um dos crimes que tem a investigação mais difícil, pois não tem testemunhas, e o reconhecimento como método de identificação pode não ser eficiente. Acontece de forma rápida e traumática, e muitas vezes a vítima não consegue identificar o autor”, salientou.
Os dados coletados nas vítimas também são comparados com vestígios dos bancos de dados de outros estados. Segundo Koshikene, a análise do material biológico gerou as provas fundamentais para reabrir os casos.
“O que nós tivemos agora foi o banco de perfil genético indicando que ele é autor de mais dois estupros, é uma prova pericial irrefutável que vai fazer com que os inquéritos sejam desarquivados. Ele será indiciado pelos dois crimes e responderá judicialmente”, afirmou a gerente.
FOTO: Erikson Andrade
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