Leio, estupefacto, que o governador do estado determinou que se abrisse um processo licitatório para contratação de empresa de plano de saúde para atender cerca de 24 mil professores e demais servidores da educação do estado, estimado em um custo mensal de 30 milhões.

Cerca de três meses atrás,  Melo ordenou como desculpa para redução de gastos,  o corte do vale alimentação dos servidores da saúde , cujos custos não ultrapassavam 2 milhões/mês.

Ataquei aqui veementemente esse corte estúpido, desumano e desproposital, posto que o beneficio do vale alimentação foi por mim pioneiramente instituído na Fundação Alfredo da Matta há quase vinte o que depois foi estendido para as demais fundações da saúde e, de certa maneira, o vale alimentação de R$ 220,00 já estava incorporado ao patrimônio remuneratório dos servidores especialmente dos que ganham menos, o que em alguns casos, representa ate 20% do salário.

O governador sabe e não faz nada para rever essa famigerada decisão que abala mais ainda a qualidade de vida dos servidores da saúde os quais já estão há dois anos consecutivos sem revisão salarial o que por si só, já é um ato de irresponsabilidade governamental e social.

Não que os professores não fossem merecedores de tais benefícios! Ocorre, que o governador trata de forma desigual servidores que embora de categorias diferentes, possuem a mesma importância pra sociedade,  agregam os mesmos valores àqueles aos quais servem e carregam sobre os ombros o mesmo grau de responsabilidade na arte de cumprir com dedicação e competência os seus misteres.

Aí, pode algum desavisado na ânsia de puxar o saco do governador ou defender o indefensável, dizer que a SEDUC tem orçamento próprio para essa despesa, como se a saúde também não tivesse e como se o dinheiro, fonte do pagamento, não fosse da mesma origem ou seja, o bolso do contribuinte.

Creio que por trás desse tratamento desigual, desproposital e odiento para com os servidores da saúde, existe algum interesse escuso, eleitoral e politico, ao beneficiar apenas a categoria da educação outrora massa de manobra para eleger o próprio governador deputado estadual e federal e agora, poderá servir para os mesmos propósitos  desta feita para outros agentes políticos, o que deve ser obsessivamente atacado e repudiado pelos servidores da educação, da saúde e da sociedade como um todo, nesses tempos de lava a jato e seus tentáculos.

O bom e humilde filho de seringueiro das barrancas do Juruá, expõe mais uma vez suas garras de mau gestor e péssimo governante e, desprovido de qualquer sensibilidade humana, teima em castigar parcela considerável dos servidores como o fez recentemente com toda a população ao implantar uma famigerada e tresloucada “reforma” estrutural no atendimento à saúde da população, trazendo o caos e a desordem a um serviço que já vinha funcionando aos trancos e barrancos.

Aproveito este espaço, para denunciar aos ministérios públicos Federal e Estadual, ao TCE por meio do Ministério Público de Contas e ao TCU, essa tentativa do governador de tratar desigualmente os iguais, que ao propor um tratamento diferenciado para categorias  abrigadas sob o mesmo manto de servidores públicos, implanta uma brutal e desproporcional   valorização a apenas uma classe o que não é permitido pela Constituição e nem deve ser aceito pelos organismos de controle de contas e que fiscalizam a aplicação das  leis.

Essa medida uma vez implantada, cria no estado uma casta de servidores que precisam comer melhor, se vestir melhor, se divertir melhor, comprar melhor e ter melhor atendimento de saúde, coisa que no sistema de saúde reformulado do Melo, não é possível.