Em nome de quem?

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

Sinceramente que não encontro palavras para externar meu lamento ou quem sabe até minha revolta diante de dois terríveis episódios que deixaram rastros de dor nas famílias, perplexidade na sociedade e espanto entre educadores, seguidores da religião atingidos, imprensa e pessoas de bem.

Os ataques insanos ocorridos numa escola do interior paulista e nas mesquitas muçulmanas na Nova Zelândia este último, numa cidade por incrível que possa parecer com o sugestivo nome de Igreja de Cristo (em tradução literal), é um daqueles episódios inaceitáveis promovidos por pessoas desprovidas de respeito aos semelhantes, de falta de sensibilidade social e plenas de ódio no coração.

Não posso deixar de pensar, de externar e até de afirmar que faltou sobretudo formação moral e religiosa na base familiar e conceitos de amor e generosidade nas mentes desses jovens e adultos porque, se houvesse um mínimo de educação calcada no amor ao próximo a partir dos ensinamentos bíblicos, algo de diferente e edificante ocuparia esses corações atormentados e esses episódios seriam evitados.

Essas atitudes inimagináveis que mancham de sangue todo o tecido social envolvido direta e indiretamente com o ocorrido, são aqueles tipos de ocorrências que quando feitas em nome de uma ideologia, de uma raça, de um governo ou até em nome de Deus, são uma clara demonstração de que as relações sociais estão doentes e que os autores dessas chacinas são pessoas tóxicas e que precisavam de tratamento, de isolamento e de estudos por parte de especialistas das áreas da saúde  mental, da antropologia e das ciências sociais a fim que que se possa propor mecanismos de proteção a elas e delas a sociedade possa se proteger e, quando necessário, a aplicação das intervenções imediatas para que se evite novos e doídos episódios como os que ocorreram.

É absolutamente anormal e antinatural que vidas sejam ceifadas a todo momento notadamente quando os autores desses massacres agem a partir de sentimentos menores os quais perpassam a ideia de que há raças superiores, deuses intocáveis ou ideologias políticas e sociais dominantes. Não mesmo!

Prefiro acreditar que para tudo há uma solução ou uma saída como diz  a letra da canção “Enquanto houver sol” dos Titãs cujo um dos versos nos diz: “Quando não houver saída. Quando não houver mais solução.Ainda há de haver saída. Nenhuma ideia vale uma vida”.

Completo dizendo: onde houver Deus haverá saída pois aí haverá amor, compreensão, respeito e solidariedade entre as gentes.

Té logo!

*O autor é farmacêutico bioquímico e diretor presidente da Fundação Hospital Alfredo da Matta