Disputa entre policiais e advogados marcou o julgamento de Sotero, condenado a mais de 30 anos de prisão

Desde o dia 25 de novembro de 2017, quando o delegado da Polícia Civil Gustavo Sotero matou a tiros o advogado Wilson Justo Filho e feriu outras três pessoas, dentro da casa noturna Porão do Alemão, no bairro do São Jorge, zona Oeste de Manaus, entidades que representam advogados e policiais passaram a travar uma guerra midiática e jurídica em torno do caso. Hoje, o homicida foi condenado a 30 anos e dois meses de prisão em regime fechado pelos crimes. A defesa promete recorrer da decisão do Tribunal do Júri.

O ato final deste dramalhão durou três dias, desde a última quarta-feira (27), e teve lances dramáticos, com direito a peritos contratados pelos dois lados, muitas postagens em redes sociais e grupos de conversa, além de muito sensacionalismo na mídia.

A defesa, contratada por Sotero e por entidades que representam policiais, tentou emplacar a tese da legítima defesa, alegando que o delegado foi agredido pela vítima e reagiu. Os jurados não entenderam assim. Para eles, o policial matou Filho e feriu sua esposa, Fabíola Rodrigues, e o também advogado Yuri José Paiva por motivo fútil. Também foi considerada a tentativa de homicídio contra Maurício Carvalho.

O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de Manaus reconheceu que Gustavo Sotero cometeu homicídio privilegiado com duas qualificadoras, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O motivo fútil foi negado.

A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Amazonas, ajudou a acusação, protagonizada pelo promotor Jorge Pestana.

Policiais e advogados assistiram ao julgamento no auditório do Tribunal do Júri. Sotero chorou ao ouvir a sentença, que deve acarretar também a perda da função pública – o cargo de delegado.

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