Delegado afirma na Justiça: “Instituto Novos Caminhos foi criado apenas para irrigar esquema de corrupção na Saúde”

O delegado Alexandre Teixeira dos Santos sustentou nesta quinta-feira, 27, no primeiro dia da audiência de instrução da Operação Maus Caminhos, na Justiça Federal, como testemunha de acusação, que o empresário Mohamed Mustafa chefiava diretamente a organização criminosa responsável pelo desvio de R$ 110 milhões de recursos públicos da área da saúde através de contratos firmados pela Secretaria Estadual de Saúde (Susam) e o Instituto Novos Caminhos (INC).

O empresário acompanhou toda audiência dirigida pelo procurador federal, Alexandre Jabur, desde o início, mas não quis falar com a imprensa. Ele estava escoltado de policiais militares e ficou sentado distante dos advogados de defesa (na foto acima, ele chega para a audiência). À tarde, Mohamed retornou e também acompanhou os depoimentos do controlador-geral da Únião, Marcelo Borges de Souza e dos funcionários do INC, Thiago Bezerra do Monte, Gisele Auxiliadora Bandeira e Isabele Cândida de Oliveira, e da Salvare, Marly Alfaia Moura, além do investigador da Polícia Civil, Edson Cursino de Assis Barauna.

Durante quatro horas, o delegado Alexandre Teixeira, responsável pelas investigações, afirmou que a operação teve como base duas notas técnicas elaboradas pela Controladoria Geral da União (CGU) apontando a prestação de serviços não realizados e a compra de materiais não entregues em unidades de saúde pela empresa Salvare – contratada pelo INC – com recursos federais transferidos para o Governo do Amazonas por sistema “Fundo a Fundo” (Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Estadual de Saúde).

Segundo Alexandre Teixeira, o Instituto Novos Caminhos foi criado com objetivo único e exclusivo de irrigar dinheiro público para o esquema de corrupção na saúde. “Saques de grande quantia em dinheiro, que variava de R$ 200 mil a R$ 300 mil, além de outros indícios levantados pela investigação, mostram que tudo foi feito para desviar dinheiro da saúde. Tudo ficou evidente nas investigações”, assegurou o delegado responsável pela operação da Polícia federal.

Na audiência, os advogados de defesa de Mohamed Mustafa indagaram o delegado federal e, por várias vezes, tentaram desqualificar as investigações. Na primeira oportunidade, eles perguntaram se o delegado foi informado que o INC não movimentava recursos federais. Alexandre Teixeira disse que esse tipo de informação era indiferente, já que a PF iniciou a operação Maus Caminhos com base em duas notas técnicas expedidas pela Controladoria Geral da União (CGU), comprovando que recursos públicos federais estavam sendo desviados pelo esquema montado pelo empresário Mohamed Mustaf

Qual Sua Opinião? Comente:

Deixe uma resposta