Coronel PM, que já havia sido preso por roubo, comandava milícia que roubava e revendia drogas

O coronel PM Glaubo Rubens Alencar foi preso hoje, dentro da “Operação Arrocho”, comandada pelo Ministério Público do Estado, por comandar um esquema criminoso de roubo e revenda de drogas em Manaus. Ele, um policial civil e um ex-policial militar, que não tiveram as identidades reveladas, são os primeiros a cair dentro de um processo que ainda promete muitas revelações e o surgimento de novos agentes públicos envolvidos na organização. Detalhe: Alencar já havia sido preso e processado, em 2005, por envolvimento no roubo a uma drogaria em São Jorge, quando ainda era segundo tenente. Permaneceu na corporação, segundo o blog apurou, por ter proteção política.

Alencar é conhecido entre os policiais pelo envolvimento em atos suspeitos. No caso de hoje, os promotores encontraram em poder dele objetos roubados de um grupo de traficantes. Os três presos subtraíram drogas e utensílios, sem prender ninguém. O entorpecente foi roubado da facção criminosa Comando Vermelho e repassado a grupos rivais.

A operação é comandada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (GAECO). Um dos mandatos de prisão – eram quatro no total – não foi cumprido porque, segundo suspeitam os promotores, a pessoa teria sido morta em uma “queima de arquivo”. Foram cumpridos ainda 10 mandados de Busca e Apreensão pessoais e domiciliares.

“Arrocho” é a expressão usada nos meios policiais e por criminosos para definir a ação de agentes da lei, que ao invés de prenderem quem pratica crimes, abordam os suspeitos apenas para se beneficiar do produto das atividades criminosas. Especificamente neste caso, apura-se a subtração mediante violência e grave ameaça de cerca de mais de meia tonelada de drogas que seriam pertencentes a faccionado da organização criminosa Comando Vermelho.

Os “arrochadores” eram os três presos, mas há investigações em andamento e outros podem surgir. Há duas semanas, outra operação prendeu pelo menos 10 policiais civis e militares acusados também de envolvimento com o crime organizado, mas a Secretaria de Segurança Pública optou por não divulgar oficialmente as ações, o que levantou ainda mais suspeitas do envolvimento de altos funcionários do órgão.

A operação de hoje teve a colaboração do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil e da Força Especial de Resgate e Assalto (FERA), com policiais fortemente armados, por estarem envolvidos elementos que também andavam com armas e são perigosos.

Os promotores suspeitam que existem vários casos de “queima de arquivo” promovidos pela milícia identificada nesta operação.

Veja imagens do processo anterior do coronel e dele atualmente:

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