O cooperativismo rural emerge como a principal força motriz para transformar o cenário da agricultura familiar no Amazonas;  neste sentido, um grupo de Produtires Rurais do Município de Rio Preto da Eva – AM, após criteriosa avaliação de demandas do mercado, principalmente de Manaus, que importa tudo o que consome,  da região, que tem o município mais próximo capital, com a maior área agrícola em cultivo da  RMM, de culturas de curto, médio e longo prazos, está criando, dia 20/06/25, com muitas peculiaridades, a COOPRIO, com o objetivo de revolucionar a produção agrícola da região, tal qual as melhores cidades de produção rural do país, sob pilares como organização, planejamento, qualificação da mão de obra, assistência técnica contínua, busca por fomentos específicos do setor, como plano safra e estreitamento da relação como AFEAM, BASA, IDAM, EMBRAPA, OCB e de um papel mais ativo junto aos grande compradores, públicos como PNAE, ADS, Credenciamento e Fornecimento nas merendas escolares, como SEDUC e 62 município, bem como redes de supermercados, mercadinhos e feiras, ou seja, todo mercado consumidor, de todos os municípios do Amazonas .

Foçada, inicialmente, em  culturas de alto valor e crescente demanda, como o café robustas Amazonivo, açaí, citros, batata doce biofortificada, milho verde, a inovadora uva BRS Vitória e a produção de ovos caipiras, este modelo de negócio tem o potencial de gerar emprego e renda significativos, especialmente nas áreas rurais e nos municípios do interior, fortalecendo a economia local e fixando o homem no campo.

A inspiração vem de casos de sucesso nos estados vizinhos de Rondônia, Pará, Acre e Roraima, que demonstram o poder da união.

Para o pequeno e médio produtor amazonense, os desafios são muitos: isolamento geográfico, logística precária, dificuldade de acesso a insumos, tecnologia e crédito, e a baixa capacidade de negociação individual.

Esses obstáculos resultam em baixa rentabilidade e desestimulam a produção. O cooperativismo atua diretamente na raiz desses problemas, promovendo a união que gera escala, poder de barganha e acesso a novos mercados.

Através de uma cooperativa, os agricultores podem realizar compras conjuntas de insumos (sementes, fertilizantes, ração), compartilhar maquinário, beneficiar a produção de forma coletiva e acessar mercados mais lucrativos, incluindo programas governamentais como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar).

Culturas Estratégicas e Novas Fronteiras para o Cooperativismo no Amazonas:

• Cafés Robustas do Amazonas: Com identidade própria e alta qualidade, os cafés robustas amazônicos, superior em quantidade de cafeína, se comparado aos tipos tradicionais, especialmente os produzidos em sistemas agroflorestais como no município de Rio Preto da Eva, e  em Apuí, têm um enorme potencial. Cooperativas podem fortalecer a marca, buscar certificações (Orgânico, Fair Trade), e acessar nichos de mercado que valorizam a sustentabilidade e a origem do produto, agregando valor e renda.

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• Açaí: Essencial para a economia local, o açaí pode ter sua cadeia de valor fortalecida pelo cooperativismo. Organizações como a COOMPAC (Cooperativa Mista de Produtores de Açaí de Codajás) são exemplos de como a união pode otimizar o manejo, o beneficiamento (produção de polpa) e a comercialização, garantindo que os lucros retornem para a comunidade.

• Citros: O cultivo de laranja, limão e tangerina, de altíssima produtividade em Rio Preto da Eva, é  uma aposta consagrada,  para a diversificação. Cooperativas podem organizar os produtores para viabilizar a instalação de pequenas agroindústrias de sucos e doces, aproveitando a demanda local e regional e reduzindo perdas pós-colheita.

• Batata Doce Biofortificada: Promovida pela Embrapa, esta variedade mais nutritiva é estratégica para a segurança alimentar e geração de renda. Uma cooperativa pode centralizar o cultivo, garantir a qualidade e fornecer em grande escala para hospitais, escolas e supermercados.

• Milho Verde: Produto de grande aceitação popular, o milho verde tem demanda constante. O modelo cooperativo permite o planejamento do plantio para uma oferta contínua, além de possibilitar o investimento em unidades de beneficiamento para produção de pamonhas e outros derivados, agregando valor ao produto bruto.

• Uvas BRS Vitória: Esta variedade de uva de mesa sem semente, adaptada pela Embrapa para climas quentes, representa uma nova e promissora fronteira agrícola para o Amazonas. Cooperativas seriam fundamentais para introduzir a tecnologia de cultivo, organizar a produção e explorar um mercado consumidor local ainda não atendido pela produção regional.

• Ovos Caipiras (Galinhas Lohmann e Embrapa 051): A crescente demanda por alimentos mais saudáveis abre um mercado significativo para os ovos caipiras. A criação de galinhas poedeiras de linhagens produtivas como a Lohmann Brown e a Embrapa 051 em sistema semi-confinado ou caipira é uma excelente alternativa de renda rápida. Cooperativas podem organizar a compra de pintainhas e ração, padronizar a produção, criar uma marca própria e centralizar a distribuição e comercialização para os centros urbanos.

Análise Comparativa: Lições dos Estados Vizinhos

• Rondônia: É um espelho para a cafeicultura. Cooperativas como a COCAFER (Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Rolim de Moura) e a COOPASPRO (Cooperativa de Pequenos Produtores Rurais de Cacoal) são exemplos de como a organização impulsiona a qualidade do café robusta, o acesso a mercados internacionais e a melhoria da renda dos cooperados. Na avicultura, o estado também possui experiências de sucesso na organização de pequenos produtores.

Pará: A CAMTA (Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu) é o grande case de sucesso da Amazônia. Sua diversificação, que vai do cacau e pimenta-do-reino a frutas.

*O autor é advogado e produtor rural