Catequese na veia: aprendendo sobre o Santo Rosário

Com este artigo de No 500, completo quase dez anos ocupando este espaço todas as segundas feiras no Portal do meu mano Hiel Levy, sem nunca ter deixado de publicar uma só semana. Louvado seja Deus!

Na Santa Igreja Católica, todas as orações, textos, documentos papais(cartas apostólicas, exortações, bulas, Código Canônico) cânticos sacros, doutrinas, catecismo, etc., tudo tem fundamentação bíblica.

Não é diferente, pois, quando falamos do Santo Rosário desde quando nasceu até à sua forma atual de rezá-lo.

Pesquisando então sobre a história do Rosário, fui buscar informações valiosas que divido, neste artigo, com meus fiéis leitores.
A recitação dos Salmos, desde o século IX, continua sendo a oração oficial da Igreja, conhecida como 

Liturgia das Horas. 

Os 150 Salmos recitados pelos monges eram apenas assistidos pelos fiéis, contudo, eles também desejavam recitar essa bela prática de oração.

Isto porém, na época medieval, era muito difícil, pois a maioria do povo não tinha acesso ao estudo, poucos sabiam ler e, decorar todos os salmos, era praticamente impossível.

Foi então que um monge teve a iniciativa de recitar 150 Pai Nossos em substituição aos Salmos.

Para contar os Pai Nossos, os fiéis utilizavam uma bolsa de couro com 150 pedrinhas; mais tarde, passariam a utilizar um cordão com 150 nós.

Paralelamente à recitação dos Pai Nossos, foram sendo introduzidas as expressões bíblicas da Saudação Angélica e a Exclamação de Isabel, como recitamos hoje na Ave Maria.

No século XIII, certos teólogos perceberam que alguns Salmos continham certas profecias sobre os mistérios da redenção; assim, compuseram uma série de louvores e preces a Jesus e deram o título de 

“Saltério de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.

Por volta do ano 1365, o monge cartuxo Henrique de 

Halkar separou as 150 saudações angélicas (Ave 

Marias) em dezenas, intercalando entre cada dezena um Pai Nosso.

Mas foi, especificamente, por meio de um frade 

Dominicano, Alan de Rupe ou Alano da Rocha, em 1470, que teve origem o Rosário com um pensamento recitado junto a cada Ave-Maria. Ele também fundou a primeira irmandade do Rosário e 

propagou essa devoção em todo o mundo ocidental.

No século XV, com o Renascimento, houve grandes mudanças no pensamento dentro da Igreja e, o 

Rosário, também teve por reformulações passando a ter um pensamento entre cada dezena, relembrando os principais mistérios da redenção, o que deu origem aos três grandes blocos do Rosário Mariano com seus 

Mistérios: Gozosos. Dolorosos e Gloriosos.

No dia 16 de outubro de 2003, o Papa João Paulo II, acrescentou um novo bloco para completar as contemplações do mistério da vida Cristo, os 

Mistérios Luminosos.”

O Rosário é uma oração cuja origem se perde no tempoA tradição diz que foi revelado a S. Domingos de Gusmão (1170-1221), numa aparição de Nossa Senhora, quando ele se preparava para enfrentar a heresia albigense.

Mais tarde, nasceu, no seio dos dominicanos, o Rosário, o “saltério de Nossa Senhora”, a “Bíblia dos pobres”, com 150 Ave Marias.

Um pouco mais tarde, em 1422, pelas mesmas razões, os franciscanos criaram a Coroa Seráfica, uma oração muito parecida, mas com estrutura ligeiramente diferente contendo sete mistérios em honra das sete alegrias da Virgem, os mistérios Gozosos.

Já desde o século IV se usava a saudação do arcanjo S. Gabriel (Lc 1, 28) como forma de oração, mas, só no século VII, ela aparece na liturgia da festa da Anunciação como antífona do Ofertório.

No século XII, precisamente com o Rosário, juntam-se as duas saudações a Maria, a de São Gabriel e a de Santa Isabel (Lc1, 42), tornando-se uma forma habitual de rezar.

Em 1262 o Papa Urbano IV (1261-1264) acrescenta-lhes a palavra “Jesus” no fim, criando assim a primeira parte da nossa Ave Maria.

Só no século XV se acrescenta a segunda parte de súplica, tirada de uma antífona medieval. Esta fórmula, que é a atual, torna-se oficial com o Papa Pio V (1566-1572). 

Foi precisamente no Breviário Romano, em 1568, que a Ave Maria aparece pela primeira vez na oração oficial da Igreja. O contributo de São Pio V, um antigo dominicano, para a história do Rosário, não fica apenas por aqui.

Além de apelar às nações católicas para defender a Cristandade, esse Papa estabeleceu que o Santo Rosário fosse rezado por todos os cristãos, pedindo a ajuda da Mãe de Deus, nessa hora decisiva.

Em resposta, houve um intenso movimento de oração por toda a Europa. 

A partir de então, o Rosário aparece em múltiplos momentos da vida da Igreja e, nosso país, tem estreita ligação e amor pela recitação do Santo Rosário pois, em 12 de Outubro de 1717, foi retirada do rio Paraíba uma imagem de Nossa Senhora com um Terço, enrolado ao pescoço, por três humildes pescadores, em Guaratinguetá, São Paulo

Essa estátua, de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foi declarada em 1929 Rainha e Padroeira do Brasil.

A Imaculada Conceição rezou o Terço com Bernadete Soubirous (1844-1879) nas aparições de 

Lourdes em 1858.

Outro grande momento da divulgação do Terço é, sem dúvida, em Fátima. “Rezar o Terço todos os dias” é a única coisa que a Senhora referiu em todas as suas seis aparições.

A frase repete-se sucessivamente, quase como uma 

ladainha, manifestando bem a sua urgência e importância. 

A história do Rosário não pode terminar sem referir um momento decisivo desta evolução: a escolha do Papa João Paulo II de celebrar as suas bodas de prata pontificiais com o Rosário, acrescentando-lhe os 

Mistérios Luminosos, o que é um marco importante na devoção. 

Mas a ligação do Papa São João Paulo II a esta oração não é de hoje, como ele mesmo diz na Carta: “Vinte e quatro anos atrás, no dia 29 de outubro de 1978, apenas duas semanas depois da minha eleição para a Sé de Pedro, quase numa confidência, assim me exprimia: “O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade.

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Fontes:

O Rosário blogspot.com-A história do Rosário;

Wikimedia Commons-Alanus de Rupe;

Wikipédia-Alano da Rocha;Orai e Vigiai-Obra deste autor