Carta, cartinha…cartiça 

Não há nada mais salutar na vida de uma nação(entenda-se nação como expressão mais eloquente daquilo que engloba povo, estado e poderes constituídos) do que reunir multidões em torno de uma agenda que, embora não exprima um sentimento majoritário, pelo menos, abre a oportunidades para reflexões.

Se de fato alguém pensou, enquanto nação, e se preocupou em ocupar espaços na mídia e nas mentes de um punhado de gente com o indigitado gesto pela elaboração de uma cartinha pela democracia, não foi isso que de fato se assistiu e se leu, e que fora anunciado estardalhosamente, como “um dos melhores momentos dos últimos tempos na luta pela proteção da democracia brasileira”.
Ora, ora, ora! As elites econômicas, os lacradores da pseudo cultura, os auto anunciados intelectuais de Paris, os histriônicos baderneiros da esquerda caviar, banqueiros insensíveis, feministas malamadas, sindicalistas desmamados da grana dos trabalhadores, imprensa tradicional em estado de inanição de recursos dos cofres federais, as minorias pansexuais de todas as matizes, os políticos condenados e derrotados, os adeptos da libertinagem pela maconha, operadores do direito pela defesa de corruptos e de ex presidiários ladrões dos cofres públicos, et caterva, assinaram e divulgaram a tal cartinha.
Vôte!
Num passado não muito distante, já tivemos melhores momentos e gente e entidades de melhor expressão moral e caráter inabalável, construindo pontes e se manifestando a favor de pautas democráticas e pela liberdade de expressão.
Eu prefiro chamar de cartiça, uma mistura de carta com carniça e explico porquê.
Onde estavam esses vetustos senhores participantes da vida da nação, quando o STF, em meio a ativismo e malabarismo judicial, liberou um condenado e ex presidiário para que se candidatasse novamente?
Que defesa da democracia estão pregando, em que somente agora essa gente berra aos quatro ventos que o país está em perigo?
Qual a visão de mundo e de país que esses seletivos interesseiros denotam, para que achem que a democracia está sob ameaça e que não esteve entre os anos 2002 e 2016, fase em que a economia  do país foi penalizada por um bando de gatunos, nossas estatais foram depenadas, nossos bancos oficiais faliram e o país foi saqueado em mais de 800 bilhões de reais?
Vamos lá e venhamos cá! como diria minha saudosa e Santa mãezinha D. Lélia.
Dois pesos e duas medidas senhores?
A democracia de tempos atrás é diferente da de hoje e não esteve ameaçada como alegam que está atualmente?
Parem com isso caras pálidas! Não fiquem se achando e pensando que a seletividade política dos seus gestos ao esconderem, como querem, governos das suas preferências e mirar um outro apenas para estrebucharem seus recalques políticos e vomitarem suas idiossincrasias, ficaria impune ou passaria em branco.
Sinceramente que prefiro ficar com a opinião do Presidente Bolsonaro que, ao se manifestar sobre o conteúdo despropositado da tal carta assim se expressou:
“- Acredito que a “carta pela democracia”, que foi lida na micareta do PT, teve algumas de suas páginas rasgadas, principalmente nas partes em que deveriam repudiar o apoio, inclusive financeiro, a ditaduras como Cuba, Nicarágua e Venezuela, bem como o controle da mídia/internet.
– Do contrário, assinar uma carta pela democracia enquanto apoia regimes que a desprezam e atacam os seus pilares, tem a mesma relevância que uma carta contra as drogas assinada pelo Zé Pequeno, ou um manifesto em defesa das mulheres assinado pelo Maníaco do Parque.
– O Brasil já tem sua carta pela democracia: a Constituição!
-Essa é a única carta que importa na garantia do estado democrático de direito, mas foi justamente ela que foi atacada pelos que agora promovem um texto paralelo que, para efeitos legais, vale menos que papel higiênico.
– Das duas uma, ou a esquerda repentinamente se arrependeu de suas ameaças crônicas à nossa democracia, como os esquemas de corrupção, os ataques à propriedade privada e a promoção de atos violentos, ou trata-se de uma jogada eleitoral desesperada. O golpe tá aí, cai quem quer.”
Até eu assinaria a bendita cartinha mas, condicionaria a aposição do meu nome, desde que estivesse ao lado de gente de conduta e moral ilibadas.
Minha assinatura vale muito mais que a de muitos desses seletivos defensores da democracia. Essa tal de democracia livresca que somente é lembrada quando, hipoteticamente, algo ou alguma coisa, ameaça os bolsos, os maus costumes e a liberalidade desmedida de uma gente sem escrúpulos.
Té logo!