Café da manhã

O manauara em sua maioria, cultiva um hábito alimentar e porque não dizer gastronômico, deveras prazeroso que é o de tomar um lauto café da manhã fora de casa.

Essa quase mania tem importante significado pra economia pois gera trabalho e renda sendo muitas vezes a alternativa que muitas famílias adotaram como saída pra crise econômica.

Eu gosto muito, ao menos aos domingos e feriados, de ir com a Elaine e, algumas vezes, com a familiarada em peso, saborear um bom café da manhã nos muitos lugares que pipocam pela nossa Manaus.

Domingo passado após a missa na catedral de Manaus, fui até à Av Eduardo Ribeiro naquela feirinha de artesanatos e que está tomada de barracas que oferecem café regional com muitos e variados itens da culinária amazonense e, o que presenciei, me causou uma péssima impressão.

Outro dia num artigo sobre a epidemia do Corona vírus falei muito mal e chamei atenção sobre de como os hábitos culturais do povo chinês podem estar relacionados com a gênese da doença e igualmente com a disseminação desse vírus tendo em vista que não há vigilância sanitária eficiente naquele país a ponto de evitar ou prevenir o surgimento de doenças infecto contagiosas que têm se espalhado pelo mundo causando mortes e consequências desastrosas na economia global.

Pois bem, quando falo de ausência de vigilância sanitária no país de Mao Tsé Tung, não há muita diferença nas feiras, mercados, barracas, restaurantes e bares de Manaus.

A higiene é sofrível, é deplorável o cuidado no preparo e conservação de comidas e bebidas, é por demais evidente a falta de boas práticas na produção e manipulação dos alimentos e, o que é pior, exagera-se na adição de sal, açúcar, gordura e condimentos nos produtos ofertados.

Nenhum barraqueiro se preocupa com os diabéticos pois os sucos e o café servidos explodem em quantidade de açúcar e não há a opção de tomar ao natural ou com a adição de adoçantes; há uma exagerada quantidade de margarina (mesmo quando se usa com raridade a manteiga) nas tapiocas, sanduíches, farofas, ovos, omeletes, etc.; as comidas que precisam de adição de sal são um verdadeiro horror pois quem as prepara não tem a menor noção do mal que esse produto pode causar nos hipertensos e pessoas com problemas cardiológicos e renais.

E não adianta reclamar ou procurar outra barraca porque tudo funciona como numa produção em cadeia já que cada chapeiro ou preparador de alimentos de quaisquer barracas, reproduzem as mesmas práticas sem nunca terem sido ensinados ou freqüentado um curso de boas práticas culinárias.
Outro detalhe preocupante é a conservação dos alimentos e seus insumos. Credo!

Caixas de isopor imundas, gelo sem procedência, queijos, frutas, leite, água, etc. sem refrigeração e expostos ao calor o que pode lavar a doenças gastro intestinais; chapeiros e manipuladores de alimentos sem luvas, sem gorro, sem avental;quem prepara os alimentos é o mesmo que pega no dinheiro ou que limpa o ambiente ou que atende a clientela numa mistura nada saudável e sem preocupação para com a saúde alheia em meio a uma profusão de péssimos exemplos para manauaras e turistas que freqüentam esses espaços.

Temos tudo para manter uma cultura alimentar regional saudável e lucrativa porém, o poder público, tem que se preocupar tanto em fiscalizar quanto em capacitar e ofertar as condições adequadas para que a sociedade e, os turistas, possam ser atendidos de maneira mais segura e saudável.

Café regional sim como uma boa saída para o lazer e prazer alimentar porém, com boas práticas de preparo, conservação adequada dos alimentos e ambiente saudável.

Com a palavra as autoridades públicas e sanitárias. A saúde agradece.

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