Botafogo

Há determinadas coisas na vida da gente que devemos cultivar e cuidar porém, sem aquele apego que escraviza e faz sofrer.

Exemplos não nos faltam como gostar de uma localidade, manter amizades, criar animais domésticos, fazer coleção de algo, ter um esporte de preferência e torcer por um time de futebol.

Tudo isso é especialmente válido se assumido apenas como um hobbie sem que isso atrapalhe o viver, as relações familiares e sentimentais e a até o exercício da fé.

Digo isso, porque o que mais de assiste mundo afora e até bem perto de nós, são as exageradas paixões por ídolos e times de futebol(para ficar apenas nesses dois itens).

Muitas vezes, essa quase obsessão, trazem inimizades, desavenças, violência e até mortes dentro e fora dos estádios e no seio familiar e do trabalho.

Alguns esportes de multidões como o futebol, têm causado brigas, ataques racistas, violência física e psicóloga e mortes.

Muitos países têm imposto legislações restritivas sobre quadrilhas de brigões inclusive, proibindo acesso aos estádios ou prendendo lideranças criminosas a fim de reduzir danos e impedir que algo, que é prazeroso, seja usado como meio de violência sem sentido.

Faço essas considerações iniciais, apenas para dizer o quão gostoso é torcer pelo seu time de coração e ter por ele, seus jogadores, patrimônio e torcida, o mais absoluto carinho.

Isso deve fazer parte do dia a dia de um torcedor, seja quando seu time está ruim na tabela, seja quando atravessa uma fase espetacular como o atual time do meu coração o Botafogo Futebol e Regatas.

Sou botafoguense porque meu pai Seo Sandoval era botafoguense.

Ele guardava itens de recordação do seu time com muito carinho e até se juntou a um grupo de amigos para construírem uma sede recreativa com o nome do clube no bairro da Cachoeirinha onde levava os filhos para bailes de carnaval e outras festividades.

Daí, portanto, surgiram meu interesse e minha admiração por esse clube apesar de nutrir pelo meu Nacional Futebol Clube idêntica ligação.

Devo admitir que não há paixão, não existe exageros e nem me passa pela cabeça trocar outras atividades mais importantes como ir à missa, estar com a família ou fazer uma viagem por causa do time do Botafogo.

Sou um torcedor quase silencioso e avesso a dar pulos, gritos ou discutir com alguém sobre derrotas e vitórias do meu time.

Há gente exageradamente apaixonada pelo futebol e pelo seu clube e abandona tudo e todos apenas para ir ao estádio ou assistir os jogos do seu time. Misericórdia!

Hoje, o Botafogo, após finalmente aderir a uma nova e irreversível ideia de transformação em um clube empresa, ressurgiu das cinzas.

Meu time atravessa uma fase excepcional na seria A do futebol brasileiro depois de amargar fases muito ruins inclusive com rebaixamentos, e nem por isso eu deixei de acreditar e de ficar ao lado do time.

Percebe-se sobretudo uma maturidade no elenco, uma garra durante os jogos, uma harmonia entre os jogadores e sobretudo uma regularidade no desempenho durante essa fase do campeonato.

Fato, é que o clube avançou e se sustenta na tabela numa sequência de resultados mais que convincentes deixando para trás outras agremiações tradicionalmente fortes e competitivas.

Ainda que o campeonato esteja apenas na primeira metade, estou convencido de que apenas erros grosseiros do clube ou resultados acima do esperado por parte dos demais, poderão causar uma mudança substancial na tabela.

Sabe-se, seguramente, que competições do tipo por pontos corridos, é algo mais favorável a quem mantém uma diferença segura na ponta, ainda mais se considerarmos que a atual tabela não altera há muitas rodadas.

Oxalá meu time, que teve em monstros sagrados do futebol como Manga, Jairzinho, Nilton Santos, Gerson, Didi e o emblemático e inesquecível Garrincha como estrelas inapagáveis, mantenha esse ritmo e volte a levantar o troféu de campeão brasileiro e dar as alegrias a todos quantos aprendemos desde antes a amar essa esquadra dos campos de futebol.

Té logo!