Confiante de que sua versão dos fatos foi contemplada pelo documentário em exibição na Netflix, o comerciante Rafael Souza, filho do ex-deputado Wallace Souza, esteve ontem na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Amazonas, afirmando que agora tem mais confiança de que sua pena possa ser revertida na Justiça. Ele ainda aventou a possibilidade de processar os delegados da Força-Tarefa que investigou o envolvimento dele e da família com o tráfico de drogas e com diversos homicídios em Manaus.

Rafael Souza cumpriu pena, após ser condenado pelo assassinato do traficante Cleomir Pereira Bernardino, o “Caçula”, ocorrido em janeiro de 2007. Ele teria cometido o crime para vingar a morte do tio, Ulysses Souza, vítima do consumo excessivo de entorpecentes.

Wallace Souza morreu em 2010, depois de ter tido o mandato de deputado estadual cassado no ano anterior. Ele era acusado de comandar uma organização criminosa que promovia homicídios para exibir no programa Canal Livre.

Uma fanpage que cobriu a fala de Rafael na OAB-AM chegou a anunciar, na noite de ontem, que a entidade decidira processar os delegados da Força-Tarefa, que investigaram o “Caso Wallace”, mas o presidente Marco Aurélio Choy divulgou a seguinte nota:

“A OAB-AM esclarece que não há nenhuma providência por parte da Ordem, a respeito de pedido de exoneração de agentes públicos envolvidos no caso Wallace. Sobre o evento que contou com a presença de Raphael Souza, a OAB-AM informa que apenas cedeu espaço físico para a realização da programação cuja iniciativa foi da Abracrim-AM.”

A série reviveu os fatos, mas deixou muitas dúvidas sobre o “Caso Wallace”. Há cenas que comprovariam o envolvimento da família com o crime e outras em que isso é questionado.