A Casa do Povo

Por Daniel Melo*

O cerimonial da Câmara Municipal de Manaus está a ter muito trabalho com parlamentares que não querem seguir as regras sobre o uso de trajes naquela casa legislativa. Ao justificar sua desobediência, uma Vereadora usou a justificativa de que a Câmara e uma “casa do povo”; como se ser povo significasse bagunça ou desorganização .

Interessante é saber que o “povo” não pode comparecer à Câmara em trajes inadequados, mas alguns que dizem ser seus representantes, teimam em contrariar regras estabelecidas há décadas. Querem eles ousar ou simplesmente desejam holofotes da mídia? Querem fazer do parlamento um circo ou simplesmente se acham acima de todas as regras e limites?

Você é capaz de imaginar o Deputado Tiririca vestido de palhaço? Ou o Romário trajando a camisa do flamengo em uma sessão do Senado? A palavra etiqueta vem do Francês “etiquete”, cujo significado é pequena ética. Ignorar a ética das pequenas coisas é tão errado quanto ignorar os grandes pecados. Quando nos submetemos a pequenas coisas, estamos alicerçando o nosso caráter para os grandes desafios de uma vida calcada na honestidade.

A nobre Vereadora aqui citada possuí ideias erradas do que é ser povo. O povo veste uniforme para trabalhar; coloca roupa social para ir a igreja; tira chapéu ou boné quando está em lugares solenes. O povo – no qual me incluo – se envergonha diante das pavulagens dos que o dizem representar.

Como bem disse o pensador popular: “casa do povo não é casa de noca”. Se alguém quer ser humorista, que o seja nas suas horas vagas. Ninguém é eleito para representar um papel, mas sim eleito para dignificar os habitantes da cidade que o elegeu. Na condição de cidadão do povo, não aceito o comportamento de quem usa o nosso nome para justificar suas bizarrices! É muito feio…

*O autor é pedagogo e pastor da Igreja de Deus Pentecostal do Brasil

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