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Há um ditado que sobrevive há séculos: “Há males que trazem o bem”. E, neste cenário de pandemia que já perdura por quase dois anos, alguns poucos segmentos crescem, como o alusivo à venda de motos; provavelmente em decorrência do sistema de entrega de mercadorias, alimentos e outros. Tiveram as fabricantes um crecimento da ordem de 52% no mês de abril em relação a abril de 2020; sendo a alta no ano de 9,11%. Outro setor que começa a evoluir é o de franquias; fruto do surgimento de “minimercados sem atendentes” e as chamadas “feira de orgânicos”. O consumidor está sempre a desafiar o investidor; dando origem a outros modelos de negócios que requerem tecnologia avançada já que tudo se processará sem atendente. Afinal, viabilizar negócios será sempre movimentar a economia. A confiança e a credibilidade são o sustentáculo dos produtos e da marca do fabricante. A pandemia deixara o consumidor mais consciente de suas necessidades e o comerciante mais precavido; até porque sem vendas não terá nem lucro, nem sucesso. Mas oportuno registrar o crescimento das vendas do aço no mercado interno, onde no mês de março atingira 2,11 milhões de toneladas; correspondendo a um volume de 5,92 milhões de toneladas equivalente a um acréscimo de 29% em relação ao primeiro trimestre de 2020.

Como vários segmentos da indústria reduziram sua produção devido à pandemia; houvera uma preocupação com a formação de estoques tendo em vista uma elevação de preços de outros insumos com impacto no custo da produção, atingindo o aço bruto. Mesmo assim, a produção deste alcançara 8,7 milhões de toneladas no primeiro trimestre do ano em curso; o que representa aumento de 6,2% em relação a igual período de 2020. Na América Latina somos o maior produtor de aço bruto e ocupamos a 9ª colocação no cénario mundial ( in Estadão).

Lamentavelmente, a mídia derrotada nas urnas só enxerga os aspectos negativos decorrentes da pandemia, a ponto de estar sempre apostando na inflação. Não há expectativa dessa advir na medida em que a atividade econômica em seu todo ainda é fraca; e com o aumento da produção nos próximos meses teremos mais oferta; ficando derrotados os pessimistas de plantão até porque não se administram expectativas, mormente numa pandemia supostamente “ad ininitum”.

O povo está preocupado em obter emprego; vacinar-se ou dar continuidade a seus negócios; mas a boa notícia vem da previsão feita pelos analistas para quem a recuperação da atividade econômica dar-se-á em 2021 de forma mais forte do que a prevista. Isto decorre da elevada cotação no mercado internacional das commodities o que favorece nossa economia. E, como tivemos surpresas positivas até abril, há um otimismo. Tanto isto é verdade, que o boletim Focus prevê que a economia cresça no mínimo 3,6% no ano. Com isso, nosso PIB deverá aumentar entre 2,5% a 4%; e teremos uma produção acelerada que absorverá a mão de obra e, consequentemente, o consumo. É o Brasil visto por patriotas racionais para quem a vacina é um aspecto necessário; porém não causador da recuperação da economia.

*O autor é escritor, advogado e ex-conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (Email: alfredo@andradegomesadv.com.br)