Atenção, TCE, TCU e MPF: em Manacapuru, licitação dirigida é tão descarada que escandaliza população

Está em andamento uma licitação para contratar os serviços de transporte universitário em Manacapuru. O edital é tão dirigido que tem gerado espanto na população, porque é o ápice da desconfiança em torno dos métodos utilizados pelo prefeito Beto D´Ângelo para administrar. O documento prevê a contratação de veículos de 50 lugares, com no máximo cinco anos de uso. Exatamente igual aos veículos recentemente adquiridos pela cunhada do gestor, Wanessa D´Ângelo, junto à empresa Norauto, que estão estacionados no pátio do Instituto Municipal de Trânsito local (foto acima).

A maioria dos ônibus que circulam no país têm 44 lugares. Estes que Wanessa adquiriu são maiores porque a Petrobras exigiu, à época em que contratou a Narauto para prestar serviços em sua base de Urucu, município de Coari. O contrato terminou no final do ano passado.

Os ônibus já estão circulando, transportando universitários a Manaus. Sem licitação aprovada ainda, a dona cobra R$ 40 de cada aluno por viagem. (na foto abaixo, um embarque realizado na última sexta-feira).

Donos de empresa de transporte ouvidos pelo blog garantem: as regras do edital são dirigidas para que os veículos estacionados no Intrans de Manacapuru sejam contratados. Aliás, a empresa usa o estacionamento público sem pagar por isso. “Ninguém tem esse tipo de ônibus no Estado”, diz um empresário.

O edital ainda estabelece que a idade máxima dos veículos deve ser de cinco aos. Curiosamente, os ônibus comprados por Wanessa à Norauto foram fabricados em 2012, encaixando-se como uma luva no critério. Em média, os carro que circulam, inclusive em Manaus, tem média de idade de 10 anos, que é o máximo permitido pela lei para utilização em serviços públicos.

A frota contratada fará 680 rotas mensais, segundo o edital. Na administração passada, não passavam de 440.

O descaramento deste pregão, que leva o número 001/2017 da Comissão Geral de Licitação de Manacapuru, está escandalizando a cidade, porque indica os rumos da gestão do atual prefeito. “Instalou-se aqui uma dinastia familiar, que tem muita fome”, diz um comunitário ouvido pelo blog, que teme se identificar por medo de represálias. “Acima de tudo, eles são muito violentos”, acrescentou.

Com a palavra, o Ministério Público de Contas e os Tribunais de Contas do Estado e da União.