Debatemos na semana passada na Assembleia Legislativa sobre voto técnico e voto político, a propósito da mudança de posição de alguns deputados em torno de um projeto de lei.
Não entendo que existam estes dois tipos de voto. Não cabe na minha cabeça que um colega vote de um jeito em uma comissão e de outro no plenário, alegando que na primeira fez uma avaliação técnica e no segundo fez a opção política.
Voto é voto. Quando muda, o parlamentar está cedendo a algum tipo de pressão. Esta pode ser legítima, vinda das ruas, da opinião pública, ou subterrânea, representando anseios palacianos.
Foi o que ocorreu quando o projeto do deputado José Ricardo Wedling, que previa visitas técnicas periódicas às escolas da redes estadual, foi a votos. Primeiro, aprovaram-no na Comissão de Constituição e Justiça. Depois, cedendo à pressão palaciana, derrubaram-no.
Triste. Lamentável. Prova de que o governo estadual prefere continuar reformando estas escolas a cada quatro anos e conservá-las por meio de visitas periódicas, para identificar os problemas ainda no início.
Triste e lamentável também a postura cínica de quem enxerga a possibilidade de existir voto técnico e voto político. Trata-se apenas de uma justificativa para a submissão ao Executivo.
Wanderley Dallas, deputado estadual em quarto mandato, oposicionista do momento. É presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa.
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