Por Ronaldo Derzy Amazonas*

Quanto vale a Vale?

Quanto vale uma vida matada pela Vale?

De que vale a busca incessante pelo lucro por parte da Vale?

Desculpem meus poucos porém fiéis e valorosos leitores o jogo de palavras que faço abusando do nome de uma empresa mineradora que um dia já foi uma estatal brasileira e que foi privatizada a preço de banana e hoje vale uma fortuna no mercado internacional que entretanto nos últimos dias seus acionistas assistiram seu preço despencar nas bolsas de valores  em virtude de mais um desastre ambiental que ceifou centenas de vidas, se considerarmos o número de desaparecidos, na cidade de Brumadinho, vilas, pequenas propriedades e entorno.

O que estamos assistindo é um repeteco de algo igualmente terrível ocorrido há três anos atrás em outra cidade mineira, Mariana, tema de um artigo meu onde também vociferei contra a ganância e o lucro desmedidos dessas empresas associadas a outras estrangeiras que por aqui aportam, cavucam a terra, extraem os minérios, deixam rastros de destruição no meio ambiente, provocam desastres e mortes e saem de fininho com os bolsos cheios do lucro que incessantemente buscam sem medida e sem nenhuma responsabilidade.

Aquele desastre de Mariana parece que de nada adiantou do ponto de vista dos olhares das autoridades ambientais, dos governantes, do poder judiciário e dos órgãos de controle e de fiscalização da lei posto que estes se quedaram e inertes passados os três anos que separam os dois desastres tendo em vista que ninguém foi preso, as empresas continuaram operando, as famílias não foram indenizadas, os mortos foram enterrados e o estrago ambiental continua a provocar perdas e danos.

Até quando vamos continuar contemplando esses lamentáveis acontecimentos sem nenhuma aplicação de sanção ou penalização dos culpados?

Será que outros desastres em proporções maiores e com mais mortes de inocentes terão que ocorrer para que o estado brasileiro reaja punindo exemplarmente os diretamente envolvidos?

Tá na hora de fazer valer o rigor  da lei para que se iniba a ocorrência de novas Marianas e novas Brumadinhos colocando os culpados atrás das grades.

Aí sim vale a pena acreditar na lei.

Té logo!