Por Dauro Braga*
Dizer verdades num país onde a mentira se tornou a prática dominante em todos os setores da sociedade é se expor a sanha desalmada daqueles que têm muito a esconder pois trilham suas vidas por caminhos obscuros onde a vergonha e a honra não tem vez e lugar.
Prefiro correr esse risco do que calar diante de tantos atos espúrios praticados contra a nação por aqueles que tem carteirinha credenciando-os a defendê-la e honrá-la, recebendo ainda por esse desserviço polpudos salários e régias aposentadorias. Uma vergonha!
Estou convicto que o maior perigo para o Brasil não consiste somente nos atos danosos que os crápulas cometem mas, principalmente, no silêncio e na omissão daqueles a quem compete o dever de denunciá-los e combatê-los.
A imprensa, com raríssimas exceções, tem assumido um papel muito importante na defesa dos interesses nacionais postando-se valentemente na trincheira da verdade como autentica guardiã das instituições democráticas da república, denunciando os desmandos que são cometidos contra a nação.
O povo brasileiro tem muito a agradecer aos verdadeiros jornalistas, intrépidos guerreiros, homens destemidos, valentes soldados da notícia, que tendo apenas como armas suas máquinas fotográficas e suas penas não hesitam em combater o bom combate, mesmo que para isso tenham que colocar suas cabeças no altar dos sacrifícios. Motivados pelo desejo inconteste de ver a verdade e a justiça boiando nas águas turvas desse mar de lama que banha o território nacional esses valentes combatentes preferem sucumbir pelas mãos daqueles que temem ver estampado seus nomes nas manchetes dos jornais, denunciando suas maracutaías, do que calar diante de tantos desmandos. Em troca do silêncio, muitas vezes lhes são ofertadas polpudas somas, bem como, promessas de assessorias palacianas remuneradas regiamente, mas o seu compromisso com a verdade é o ideário maior que norteia a sua existência, e não mercadoria para ser exposta no balcão do escambo.
Rendo aqui minha homenagem aos profissionais que fazem um jornalismo investigativo, que lutam no seu cotidiano para divulgar os desmandos gerados nas entranhas dos poderes constituídos, com a esperança de que, ao levá-los ao conhecimento público, venham a servir de combustível capaz de alimentar o sentimento de indignação daqueles que, “deitado em berço esplêndido¨, não apresentam qualquer sinal de reação. Esse ė um fato facilmente comprovado quando constatamos em cada pleito eleitoral a reeleição de políticos desavergonhados que no exercício do mandato se envolveram em escandalosos processos de corrupção.
O estado letárgico em que se encontra uma expressiva parte do povo brasileiro só será revertido, quando a educação deixar de ser um privilégio de poucos para se tornar um dádiva de muitos, e o chicote da vergonha bater impiedosamente na cara daqueles que trocam o seu voto por pequenos favores, legando aos seus compatriotas, governantes corruptos e incompetentes, porque lhes falta civismo, vergonha e memória.
*O autor é empresário
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