Triste de quem morreu

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

Se formos traçar passo a passo uma cronologia ainda que jornalística ou até mesmo do ponto de vista leigo do assassinato do engenheiro Flavio, teremos como ponto de vista dos mais óbvios, que esse crime tem tudo para caminhar para o rol dos insolúveis (juro de pés juntos e mãozinhas dizendo amém que queria muito estar errado nas minhas ponderações)ante tanta lambança cometida até aqui pela polícia, pelo Ministério Público, pela imprensa, pelas mídias sociais, pelos familiares de quem ocupava a casa onde tudo ocorreu e pelos envolvidos e principais suspeitos.

Desde o momento em que o corpo da vítima fatal foi encontrado, passando pela publicação dos vídeos feitos no condomínio endereço dessa tragédia, pela publicação do nome do filho da primeira dama do município ocupante da residência onde os fatos inicias se perpetraram, as fugas e evasões da cidade, chegando até à prisão dos suspeitos com a tomada dos primeiros depoimentos e as diversas e apaixonadas versões emitidas por blogs, políticos adversários e correligionários do prefeito de Manaus, a própria e desencontrada versão contada pelo prefeito e pela sua companheira e mãe do acusado e preso, há uma profusão de estórias da carochinha, mentiras, enganações, tentativas de encobrir os fatos, versões contatas pelos suspeitos que batem umas de frente com outras e por aí vai.

Não sou investigador, advogado criminalista, promotor ou parente de nenhum dos envolvidos mas, sou sim, um atento observador das cenas sociais, políticas e policiais do nosso estado e quer me parecer, por todos os atos e fatos os quais circunscrevem esse terrível episódio, que alguém tá enrolando, tem muita gente mentindo, tem uma  polícia cautelosa demais(e cautela demais por parte do aparato policial atrapalha), tem um prefeito e uma primeira dama tentando proteger seu rebento, tem adversário do prefeito e da companheira deste tentando tirar uma lasquinha política dos fatos, tudo isso na tentativa de ganhar tempo para que as investigações demorem,para que o crime não seja resolvido e para que o(s) criminoso(os) não seja sejam alcançados.

Os atores desse fatídico episódio criminal, envolvidos com consumo de drogas, orgias sexuais, proteção policial e veículos pagos com erário público, uma mansão num condomínio de luxo alugada não se sabe de quem para quem, entre outros ainda desconhecidos fatores, são ingredientes mais que suficientes a aguçar a mente e as emoções de tantos quantos cidadãos estamos desejosos para que a cronologia desse bárbaro crime alcance o seu final no mais curto espaço de tempo com a definição do(s) nome(s) do(s) culpado(s) para que sejam entregues à justiça e exemplarmente julgados e declarados culpados e paguem pelo crime que cometeram. Afinal, há uma família enlutada e existe uma sociedade que quer respostas do aparato policial e da justiça para que a lei seja cumprida e, sejam quais forem os aqueles que cometeram o crime, que paguem suas penas.

Té logo!

*O autor é farmacêutico bioquímico e diretor-presidente da Fundação Hospital Alfredo da Matta